Corpos do indio Durivan Guajajaras e do não indio Roberto Silva, conhecido por ‘Crioulo’, no local onde foram mortos

Um índio identificado como Durivan Soares Guajajaras, 28 anos, foi morto com golpes de faca na madrugada desta sexta-feira (13), durante uma festa realizada no município de Amarante do Maranhão, a 115 km de Imperatriz 

Segundo a polícia, o crime aconteceu na localidade Vila Industrial, e teria sido motivado pela suspeita do envolvimento da vítima com o tráfico de drogas. Além de Durivan Soares, um homem reconhecido como Roberto do Nascimento Silva, 31anos, também foi assassinado com golpes de faca na mesma festa.
Ainda segundo a PM, o indígena era usuário e tinha envolvimento com o tráfico de drogas na região, fato que pode ter motivado o crime. A morte de Durivan Soares e Roberto do Nascimento aconteceu durante uma festa na localidade Vila Industrial.
O tenente-coronel Jorge Araújo Júnior, comandante do 34º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Amarante, informou que as investigações do caso já estão em andamento, e que, até o inicio da noite de ontem, os autores do crime ainda não haviam sido identificados.
Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai), com sede em Imperatriz, lamentou a morte do indígena. 

Veja na íntegra:

“A Funai lamenta a morte do indígena Dorivan Soares Guajajara, residente na Terra Indígena Arariboia, e mais conhecido como Cabeludo. Ele estava em companhia do não indígena Roberto do Nascimento Silva, o Crioulo. A Funai acompanha o caso junto às instituições de Segurança Pública, garantindo que as investigações respeitem toda a legislação alusiva aos povos indígenas. Segundo a polícia, o caso ocorreu na Vila Industrial do município de Amarante, Maranhão, e estão descartadas todas motivações de crime de ódio, disputa por madeira ou por terras. A Funai coloca-se à disposição para contribuir com o que estiver no limite de suas atribuições e aguarda mais detalhes do caso conforme a evolução do trabalho dos órgãos competentes pela investigação”, diz a nota.

Casos mais recentes

Em 2019, outras três mortes aconteceram em um período de menos de um mês após mais de um ano sem assassinatos de indígenas no Maranhão. Os três casos que estão sendo investigados pela Polícia Federal apresentam características de emboscada.
O primeiro caso foi registrado em uma na Terra Indígena Arariboia, na região de Bom Jesus das Selvas, no dia 1º de novembro. Neste confronto morreram o índio Paulo Paulino Guajajara e o madeireiro Márcio Greyuke Moreira Pereira. O indígena Laércio Guajajara, primo de Paulino, ficou ferido. A PF investiga o caso e disse que vai divulgar a conclusão do inquérito nos próximos dias. A principal linha é que a morte tenha sido causada pela disputa territorial com madeireiros, que exploram a área de forma ilegal.
Outro caso de mortes de indígenas foi no último sábado (7), entre as aldeias Boa Vista e El Betel, na Terra Indígena Cana Brava, no município de Jenipapo dos Vieiras, em um trecho da BR-226. Um dos índios sobreviventes, Nelsi Guajajara, contou que os disparos partiram de um carro branco contra os índios que seguiam de moto pela rodovia federal.
Os caciques Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara morreram, e outros dois índios foram atingidos, levados para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Jenipapo dos Vieiras, e estão em recuperação.