Fazendeiros no gabinete do comandante da PM

Quatro fazendeiros da região da Fazendeiros, proprietários de terras da gleba “Cipó Cortado”, localizada no município de Senador La Rocque, procuraram nessa quinta-feira (12) o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar em Imperatriz, Tenente Coronel Edeilson Carvalho, a quem denunciaram que estão sofrendo ameaças de morte em caso de não deixarem as áreas.
As denúncias partiram dos fazendeiros Raimundo Silva, proprietário da fazenda “Santa Isabel”; Elder Milhomem e Wanderley Milhomem, proprietários da fazenda “Taquaril”, e Francisco Elcio de Oliveira, proprietário da fazenda Fortaleza.
Os fazendeiros acusam posseiros e sem terra, que são incentivados, segundo eles, pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de João Lisboa.
O fazendeiro Francisco Elcio denunciou que o seu vaqueiro foi alvejado com um tiro de espingarda e teve os dois braços fraturados. Ainda hoje se encontra convalescendo e vivendo com o benefício do INSS, porque não tem condições de trabalhar.
Os fazendeiros denunciaram que homens armados deram quinze dias para que eles desocupem as áreas, sob ameaças de invasão. O fazendeiro José Cicero, que não acompanhou o grupo para formalizar a denúncia, recebeu ordem para sair da área o mais breve possível.
O advogado dos fazendeiros, Bruno Oliveira, informou a O PROGRESSO que, há um ano e meio, em mandados de buscas e apreensões, foram encontrados com os posseiros e sem terra mais de 100 armas e até oito balas de fuzil 7.62, de uso exclusivo das Forças Armadas. O advogado disse também que mandados não foram cumpridos, pois não deixaram o oficial de justiça entrar na área ocupada, que é a sede da fazenda Cipó Cortado.
No mês passado, o Fórum de Senador La Rocque foi vítima de terrorismo. Dois coquetéis molotov foram jogados, mas não houve a explosão. Queimou apenas o tapete de entrada do fórum. O atentado, segundo a polícia, foi uma maneira de tentar intimidar o magistrado Marcelo Baldochi. Essa ação criminosa foi atribuída ao mesmo grupo de posseiros e sem terra.
O Tenente Coronel Edeilson Carvalho ouviu todas as denúncias e informou aos fazendeiros que a Polícia Militar só pode intervir, como em conflito coletivo, por ordem judicial e autorização do secretário de Segurança Pública. Somente dessa maneira é que a Polícia Militar pode agir.