Carro das jovens ficou com várias marcas de bala

A família da estudante Kamila Brito Ferreira, 23 anos, morta por engano, em Balsas, no Sul do Estado, durante uma operação da Polícia Militar deflagrada para prender uma quadrilha de assaltantes de banco, contestou a versão da Secretaria de Estado da Segurança Pública sobre o caso. O Instituto de Criminalística (Icrim) ainda não emitiu o laudo que vai apontar quantas balas atingiram o carro, onde estavam as irmãs Kamila e Karina Brito.

Dona Arlete, mãe das jovens, disse que conversou com Karina no hospital. Ela afirmou que em nenhum momento houve barreira policial e confirmou que as filhas teriam se assustado com os policiais descaracterizados e só tentaram fugir. E acrescentou: “Não havia nenhum motivo para tanta violência”.
As jovens, segundo a mãe, possuem Carteira Nacional de Habilitação e o licenciamento do carro estava em dia.
A declaração de dona Arlete confronta a versão apresentada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, que dava conta que o carro das irmãs furou duas barreiras policiais, a primeira com policiais descaracterizados, mas a segunda com policiais fardados.
“Já esclarecemos que o primeiro carro era um carro de levantamento e localização dos criminosos, coisa que fazemos usando carros descaracterizados, ninguém vai para localização de esconderijo de criminosos em carros caracterizados. Isso é de praxe policial”, argumentou, no dia seguinte ao caso, o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela.
Policiais ouvidos - A Secretaria de Segurança confirmou que todos os policiais militares que participaram da operação foram ouvidos e estão trabalhando normalmente. As armas usadas no dia da operação foram recolhidas para a perícia.
De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, os policiais desenvolviam uma operação que prendeu onze integrantes da quadrilha que tentou explodir a agência do Banco do Brasil em Fortaleza dos Nogueiras, na região Sul do Estado, quando se deu a ocorrência com as jovens.
Na operação foram apreendidos com os assaltantes escopetas, submetralhadoras, pistolas, muita munição e até coletes à prova de balas. Todos os criminosos foram presos na cidade de Balsas, onde as irmãs Kamila e Karina teriam furado duas barreiras policiais e o carro em que estavam foi perseguido e alvejado. O caso mobilizou a população de Balsas, que chegou até a fazer um protesto silencioso em frente ao quartel da PM na cidade.