O ex-prefeito de Zé Doca, a 517 km de Imperatriz, Raimundo Nonato Sampaio, se apresentou na manhã dessa quinta-feira (7) na Superintendência de Investigações Criminais (Seic), no Bairro de Fátima, em São Luís. Ele, que estava com um mandado de prisão em aberto, é suspeito de participar do esquema de agiotagem no Maranhão e também de desvio de recursos públicos.
Segundo a Polícia, no esquema, candidatos a prefeitos se endividavam com agiotas e, ao serem eleitos, pagavam a dívida com dinheiro público. Já está preso, desde a terça-feira (5), o prefeito Richard Nixon (PMDB), de Bacuri, e Edvan Costa (PMN), prefeito de Marajá do Sena, que foram transferidos para a Delegacia da Cidade Operária (Decop), na capital maranhense.
Os suspeitos foram presos durante as operações “Morta Viva” e “Marajá”, que investiga crimes de agiotagem nos dois municípios maranhenses. Além deles, foram presos também o ex-prefeito de Marajá do Sena, Perachi Roberto Farias, o contador municipal José Epitácio Muniz (dono de empresas de fachada que operavam no esquema, segundo a polícia) e o empresário Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido como “Pacovan”.
De acordo com levantamentos feitos pela polícia durante as investigações, o esquema de agiotagem em prefeituras em cidades do interior do Maranhão já chegou a mais de R$ 100 milhões.
As operações “Morta Viva” e “Marajá”, assim como a “Imperador”, são desdobramentos da “Operação Detonando”, realizada em 2012 após o assassinato do jornalista Décio Sá. Na ação, foram presos os empresários Gláucio Alencar e José Miranda, pai e filho acusados de mandar matar o repórter e de comandar um esquema de agiotagem no Estado.
Na época, a polícia descobriu que o que motivou o assassinato foi uma postagem, no “Blog do Décio”, referente à morte do agiota Fábio Brasil, no Piauí. Na operação, foram apreendidos carros de luxo, máquinas pesadas como tratores, documentos e descoberta uma conta com saldo de mais de R$ 5 milhões.
Publicado em Polícia na Edição Nº 15300
Ex-prefeito investigado por esquema de agiotagem no Maranhão se apresenta à polícia
De acordo com a Polícia Civil, mais de R$ 100 milhões em dinheiro público já foram desviados através do esquema
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