Anameire Araújo, esposa do professor e artista Iron Vasconcelos, com quem foi casada por 11 anos, ainda está muito abalada. Na madrugada da última quarta-feira (10), ela presenciou o assassinato do marido, executado a tiros, na porta da casa onde moravam, quando eles voltavam de um show realizado na Exposição Agropecuária de Imperatriz (Expoimp).
“A gente estava organizando a Semana Missionária para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), ele era um dos coordenadores dos ônibus. Nós voltamos mais cedo do show na Expoimp, vimos muitas pessoas conhecidas, brincamos muito e retornamos para nossa casa”, lembra Anameire.
Quando o casal chegou em casa, de moto, a mulher desceu do veículo para abrir a porta e eles se surpreenderam com os assassinos, que, também, estavam em uma motocicleta.
“Foi tudo muito rápido, muito de repente. Nós paramos em casa, os dois elementos chegaram junto, não vi nenhum movimento estranho, não senti ninguém seguindo a gente. Quando nós entramos em nosso quarteirão estava tudo deserto. Quando paramos na nossa calçada, eles pararam junto, eram duas pessoas na moto, acho que o detrás deu o tiro nas costas dele, do Iron, porque ele estava esperando eu abrir a porta para botar a moto pra dentro”, relatou a esposa.
Depois do primeiro disparo, certeiro, os assassinos continuaram atirando.
“Ele recebeu um tiro nas costas e eu corri. Eles continuavam atirando e eu achando que ia ser atingida a qualquer momento. Eles não pararam de atirar. Me escondi numa casa recuada, até que pararam os disparos e a vizinha que estava de frente apareceu e eu pedi socorro”, lembrou Anameire da cena do crime.
Pela forma como os suspeitos chegaram, a mulher de Iron disse ter pensado que se tratava de um assalto em que os bandidos levariam a motocicleta do casal.
“Eu achei que era um assalto, que eles estavam atirando nele para não reagir, para ele não correr atrás. A moto estava no chão e eu fiquei surpresa porque ela estava lá, então eles não levaram a moto”, completou Anameire, que afirmou não imaginar o que pode ter motivado o crime.
“Eu quero agradecer as mensagens de carinho que recebi das pessoas, ainda não tive tempo de responder. Agradecer ao bispo Dom Gilberto Pastana, que celebrou a missa, esteve conosco o tempo todo. O Iron era uma pessoa muito querida”, concluiu Anameire, ao se emocionar, a ponto de não conseguir mais falar sobre o assunto.
Anameire Araújo foi à delegacia regional, acompanhada do cunhado, registrar o Boletim de Ocorrência. Outras testemunhas devem começar a ser ouvidas neste fim de semana. As investigações da polícia seguem em sigilo. (Tátyna Viana / Imirante Imperatriz)