Autoridades na reunião de ontem no auditório das promotorias de Imperatriz

Os altos índices de criminalidade em Imperatriz no mês de janeiro, quando foram registrados 18 homicídios, motivaram promotores, defensores públicos, juízes, delegado regional, comandante da Polícia Militar e representantes da OAB a reunirem-se na manhã dessa quinta-feira (6), na sede das Promotorias de Justiça, para discutir diretrizes e ações de segurança pública para Imperatriz. A reunião foi convocada pelo Ministério Público Estadual.
De acordo com o diretor das Promotorias de Justiça da Comarca de Imperatriz, Joaquim Júnior, as divergências entre as instituições foram também um dos motivos para que a reunião fosse convocada.
“O mês de janeiro foi extremamente violento, a criminalidade está se aperfeiçoando e as instituições do Estado estão estagnadas. Notamos, também, muitas divergências entre as instituições. O objetivo aqui foi o estreitamento de diálogo para que os órgãos caminhem conjuntamente e o trabalho seja coordenado”, disse Joaquim Júnior.
O delegado regional Assis Ramos disse que a parceria entre as polícias e o Judiciário é de grande relevância. “A lei deixa uma lacuna. Já tinha conversado em outra oportunidade com o coronel Markus sobre a importância de conversarmos com os magistrados sobre estes crimes mais graves, como homicídios e latrocínios. Há uma reclamação da sociedade de que prendemos hoje e amanhã a pessoa está solta. Vamos juntar mais elementos com todo o judiciário para amenizar esta situação”, disse o delegado.
“A reunião para nivelar as prisões foi de bom proveito, as autoridades envolvidas na segurança estiveram todas presentes e eu tenho certeza que o resumo aqui foi bastante interessante e a cidade de Imperatriz só tem a ganhar. Nós estamos combatendo a criminalidade e os policiais estão nas ruas”, afirma o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Markus Lima.
O promotor Joaquim Júnior disse que é compreensível a questão da estrutura precária das instituições, mas apontou que há diligências que são essencialmente simples.
Mediante tudo o que foi discutido, foram sugeridas as seguintes providências: 1 – que a Polícia Militar, ao apresentar um preso na delegacia, informe sobre seus registros anteriores; 2 – que a Polícia Civil instrua pedido de prisão e comunicação de prisão em flagrante com a folha de antecedentes criminais, Infoseg e informações da PM acerca do suspeito; 3 – que a polícia técnica confeccione perícias com maior celeridade; 4 – que os serviços de inteligências, tanto da PM quatro da PC, instruam relatórios de inteligência, não apenas com denúncia anônima, mas também com fotos, filmagens, testemunhas e demais elementos de prova que puderem ser colhidos; 5 – que os agentes policiais evitem, em qualquer circunstância, a violação aos direitos e garantias fundamentais do cidadão; 6 – que a PC, ao conduzir inquéritos sobre tráfico de entorpecentes e outros delitos, não se limite a ouvir policiais como testemunhas, empreendendo esforços para a juntada de elementos robustos que demonstrem a materialidade e a autoria do crime, tais como fotos, filmagens, testemunhas e perícias, entre outras provas; 7 – formação de um comitê composto por representantes de cada instituição, a fim de realizar estudos para identificar os problemas estruturais da segurança pública, bem como reivindicar melhorias materiais e humanas à Secretaria de Segurança Pública e realizar audiência pública.