O assassinato da publicitária maranhense Mariana Costa, morta brutalmente pelo cunhado, o empresário Lucas Porto, em 2016, completou nesta quarta-feira (13) três anos e até o momento o acusado não foi a julgamento. A família da vítima luta para que o caso não fique impune e pede justiça.
“Esse rapaz, esse assassino covarde que frequentava minha família, que frequentava minha casa, minha mesa, pra mim foi uma coisa insituável. Um crime bárbaro que tem que ser punido, pela lei, por todos os rigores da lei, que nossa Constituição permite”, disse Sarney Neto, pai de Mariana.
Mariana Costa foi encontrada morta no apartamento onde morava, no bairro Turu, na capital maranhense. As investigações da Polícia Civil apontaram que ela foi estuprada e morta por asfixia.
O empresário Lucas Porto, cunhado da vítima, foi preso e confessou o crime que teria sido motivado por uma atração que ele sentia por Mariana. O acusado segue preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde responde pelos crimes de estupro, homicídio e feminicídio.
Após a morte da publicitária, a família de Mariana Costa criou o projeto ‘Somos Todos Mariana’, que ajuda no combate ao feminicídio no Maranhão. A iniciativa leva para bairros e escolas, palestras que alertam sobre a importância da mobilização contra casos de violência contra mulheres.
“Depois de um ano de muita dor, muita tristeza, eu acordei e conversei com minhas filhas e disse gente vamos criar um projeto, e esse projeto vai alertar, ajudar muitas mulheres. Em vez de ficar aqui chorando, nós vamos transformar nossa dor em amor e assim foi feito. E eu conversei com ela, e ela conversou com as amigas dela, e todas nós abraçamos a ideia porque esse projeto só é possível porque todas abraçaram esta ideia. Então nas datas comemorativas nós levamos brinquedos, cestas básicas para as mães, nós levamos a palestra, o que podemos fazer a gente está fazendo. E a palestra é para alertar mesmo as mulheres”, explica Flor de Liz Costa, mãe de Mariana.
De acordo com o departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, de janeiro a novembro de 2019, já foram registrados 47 casos de feminicídio no Maranhão. O número é maior do que 2018 que registrou ao todo, 46 casos. Desse número, nove aconteceram na Região Metropolitana de São Luís.
Apesar de projetos e políticas de combate a esse tipo de crime, os números continuam crescendo. De acordo com a delegada Viviane Fontenelle, chefe do departamento de feminicídio, o aumento acontece por conta da mudança no protocolo de identificação dos casos.
“Teve um aumento no número, mas a gente atribui isso ao fato da gente ter um protocolo de investigação de feminicídio e atualmente, os delegados de todo o estado estão mais preparados, seguindo esse protocolo e identificando melhor o crime de feminicídio”, conclui Viviane Fontenelle.
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