Abreu e Smailly podem ser julgados até o segundo semestre deste ano

O processo com dez volumes que incrimina os ex-policiais militares Antonio Abreu e Smailly Carvalho, por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver, cuja vítima foi o jovem Ivanildo Paiva Barbosa Júnior, está de volta à 2ª Vara Criminal da Comarca de Imperatriz.
Em entrevista exclusiva na manhã dessa quarta-feira (11) a O PROGRESSO, a juíza titular da 2ª Vara Criminal, Suely Feitosa, informou que com o retorno do processo vai iniciar a segunda etapa do caso.
A magistrada explicou que o processo é bifásico. A primeira etapa consta da denúncia até a pronúncia e a segunda, a partir do trânsito em julgado até o plenário, quando ocorrerá o julgamento dos acusados. Esse é o trâmite de agora para frente do caso.
Segundo a juíza Suely Feitosa, em função de a 5ª Vara Criminal ter passado para somente execuções penais, cabe agora às demais Varas realizarem os seus próprios julgamentos, como ocorrerá com a 2ª Vara Criminal, no caso de Abreu e Smailly, e os demais de competência dessa Vara.
O último recurso no caso Ivanildo Júnior foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, dia 6 de dezembro de 2011. O recurso foi um pedido de habeas corpus em favor dos acusados Abreu e Smailly, que foi negado pelo STJ. Com isso, o processo foi devolvido ao Tribunal de Justiça do Maranhão, que por seu turno o devolveu à Vara de origem, a 2ª Vara Criminal. Com essa decisão do STJ, já se esgotaram todas as possibilidades de recursos em favor dos ex-policiais e não resta mais nada, senão julgá-los pelo Tribunal do Júri Popular.
Para que os ex-policiais sentem no banco dos réus, o primeiro procedimento nesta segunda etapa, segundo a juíza Suely Feitosa, é dar prazo de 5 dias para o Ministério Público e a defesa para arrolamento de testemunhas.
“Os julgamentos de réus presos têm prioridade”, disse a juíza.
O único acusado de participação na morte de Ivanildo Júnior julgado até agora foi o pagodeiro Claudionor Ferreira dos Santos, condenado a 16 anos de reclusão em regime fechado. Ele está cumprindo a pena na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) em Imperatriz. Inclusive, Claudionor faz parte do “Projeto Raiar”, que tem a parceria da empresa “Bodim Bicicletas”. Ele e outros presos trabalham montando bicicletas no próprio presídio.

Caso de repercussão

O assassinato de Ivanildo Júnior é um dos casos mais chocantes ocorridos em Imperatriz nos últimos anos, tendo ganhado destaque na imprensa nacional.
Conforme os autos do processo, Ivanildo Júnior estava voltando de uma festa na Avenida Beira-Rio na madrugada do dia 13 de setembro de 2008, quando desapareceu. Somente após investigações da Polícia Civil foram descobertas as imagens de duas câmeras de segurança de uma loja e um posto de combustíveis em que Ivanildo aparecia sendo abordado por uma patrulha da PM e colocado no carro policial.
Os militares disseram que teriam liberado o rapaz alguns quilômetros distante do local, mas o achado do cadáver em cova rasa na região da Estrada do Arroz confirmou o crime. Os policiais que haviam feito a abordagem foram presos.
O cantor de pagode Claudionor dos Santos entregou Abreu e Smailly, que foram indiciados por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver. Claudionor foi julgado pela acusação de conivência.