Técnicos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes) reuniram-se, na tarde dessa quarta-feira (10), com representantes do Poder Judiciário do Maranhão para debater a implantação de ações nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) que possam disseminar a cultura da solução conciliada das demandas familiares, especialmente para conflitos que envolvem discussões sobre pais em processo de separação e os compromissos com a criação dos filhos.

O Projeto apresentado pelo coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), Alexandre Lopes de Abreu, à secretaria-adjunta de Assistência Social (SAAS) da Sedes, Célia Salazar, visa estabelecer parceria no amparo ao cidadão na garantia dos seus direitos, no momento em que não mais se limita ao poder do Judiciário.
De acordo com Célia Salazar, o Judiciário está propondo a execução do projeto ‘Oficinas de Parentalidade’, que visa à capacitação de técnicos dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de São Luís, inicialmente, para que estes profissionais possam obter conhecimento sobre como mediar, de forma responsável e multidisciplinar, conflitos relacionados ao exercício da parentalidade, por conta do rompimento do vínculo conjugal, além de ajudar pais e filhos a manter uma relação saudável, apesar das divergências familiares.
“Ficamos felizes com a proposta do Tribunal de Justiça do Maranhão e sabemos da importância que têm os trabalhos voltados para a família. A partir dessa parceria com o Tribunal de Justiça, os Cras terão uma função a mais, mas sem sair do que já faz parte da nossa rotina de trabalho, pois já temos como uma das nossas atribuições naturais o desenvolvimento de ações que visam reduzir a violência e os conflitos familiares”, explicou Célia Salazar.
Segundo o coordenador do Nupemec do TJ-MA, juiz Alexandre Abreu, as Oficinais de Parentalidade são baseadas nas oficinas de Pais e Mães, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e serão realizadas de forma experimental na capital maranhense. Primeiramente, serão capacitados assistentes sociais, conciliadores e psicólogos que atuam nos Cras para que estes servidores possam adquirir aptidão para auxiliar famílias em situação de divórcio.
“A escolha dos Cras se deu em razão da amplitude dos serviços ofertados e da abrangência de sua atuação, pois além de já possuir um corpo profissional adequado às nossas demandas, os Centros já têm contato direto com as famílias das comunidades onde estão instalados, o que vai facilitar o encaminhamento do projeto”, disse Alexandre.
Oficina de Parentalidade e Divórcio acontece em setembro - Alexandre disse, ainda, que para este primeiro momento, será ministrado o Curso de Formação de Instrutores, agendado para o mês de setembro. Com o tema ‘Oficina de Parentalidade e Divórcio’, o curso vai discorrer sobre a nova Política Pública de prevenção e resolução de conflitos familiares e será comandado pela Drª Vanessa Aufiero da Rocha. 
O curso será realizado na Escola de Governo do Maranhão (Egma) e terá como público integrantes do setor psicossocial do TJ, de servidores da Defensoria e do Ministério público, de técnicos dos Cras e Creas municipais e de estudantes de Psicologia e Serviço Social.