O presidente do Sindicato dos Contabilistas de Imperatriz, Amarildo de Jesus Lima, disse ontem que o fechamento da Seccional da Procuradoria Nacional da Fazenda em Imperatriz é um retrocesso na vida do município de Imperatriz. “Eu recebi essa notícia com uma grande tristeza, pois esse órgão parece não ter importância, mas tem, e grande. Infelizmente, a maior parte da população só vai dar valor quando realmente o acervo for embora de vez. Há muitos meses já ouvíamos falar nisso, mas ninguém nunca havia se dado conta que fosse acontecer. E aconteceu. Agora, correr atrás fica mais difícil”.
Para o dirigente da categoria, o fechamento, para os contadores “significa mais trabalho, mais dificuldade e uma grande falta de respeito para com essa classe que trabalha com o processo de alguém com a procuração de alguém. Ficou mais distante e mais oneroso para a parte contratante”.
Perguntado sobre o que deve ser feito para que a decisão seja revogada, Amarildo de Jesus disse que “é unir forças, principalmente com os políticos que não temos na nossa região, um representante de peso sequer. Associação Comercial e SINDICONTI estão se batendo e tentando reverter, mas tá muito difícil”, relatou.
O presidente do Sindicato foi mais longe em afirmar que “só quem se preocupa são essas duas entidades, o prefeito não está nem aí para esse caso. E é quem vai ser o maior prejudicado, pois o município vai perder muito com isso em receita”.
Ele revelou que não são somente os municípios maranhenses que estão perdendo, mas todo o Bico do Papagaio, no estado do Tocantins. “São 20 municípios e todos vão ficar na mesma situação, sem atendimento. Serão 72 municípios afetados pela decisão da Superintendência que fechou a Seccional alegando a falta de um substituto para o delegado, que entrou de férias”.
O presidente da Associação Comercial e Industrial, Hélio Rodrigues, que também é contador, atribuiu todos esses problemas à falta de representatividade política que defenda Imperatriz. Segundo o dirigente empresarial, “a decisão do fechamento das agências do Banco do Brasil e do Nordeste, além da Delegacia da Procuradoria, vem na contramão do desenvolvimento da cidade, que mesmo com a crise tem atravessado menos intensa do que ocorre em vários municípios”.
Ele foi taxativo em afirmar que “não se pode admitir esta discriminação com a cidade, principalmente porque não houve estudo nenhum que demonstre a ociosidade tanto das agências como da delegacia, que já está fechada desde o dia primeiro de janeiro por uma simples portaria baixada no dia 30 de janeiro pelo superintendente. E eu pergunto: cadê o respeito para com a população de Imperatriz e desses 70 municípios? Não houve”.
Hélio Rodrigues também culpa os eleitores por não eleger deputados que possam representar a cidade em Brasília. “A culpa é de todos nós, não temos representação política e precisamos eleger pelo menos três deputados federais e outros tantos estaduais que conhecem os nossos problemas e a nossa realidade. Agora mesmo estamos procurando deputados para acertar audiências. É um processo que precisamos rever para as próximas eleições”, enfatizou.
Sobre os prejuízos quanto ao fechamento da delegacia, disse que vai recair sobre o cidadão, haja vista que seus processos terão que seguir para São Luís, assim como suas defesas, o que vai obrigar o contador a viajar, gastando com passagens e hospedagens.
“Eu tenho alguns processos em tramitação e o que eles informam é que, se for pelo sistema digital, poderá ser localizado o seu andamento, no caso de pessoal, só em São Luís. Vamos tentar reverter esta situação e correr atrás para recuperar o prejuízo”, afirmou.
Reivindicações em Brasília
Ontem pela manhã, na sala de reunião da Associação Comercial e Industrial, foi realizado mais um encontro dos representantes das entidades que estão defendendo a manutenção das agências bancárias que foram fechadas e da delegacia da Procuradoria da Receita. No encontro, que contou com a presença do deputado Marco Aurélio, foi detalhada a pauta que será apresentada nos dias 8 e 9 de março, em Brasília, aos deputados da bancada maranhense, ao presidente do Banco do Brasil, do Nordeste e ainda ao ministro da Fazenda.
Ficou definido que a comissão em Brasília apresentará junto à bancada dos deputados a regularização dos voos, da delegacia da Procuradoria da Receita e apoio contra o fechamento das agências bancárias. Será uma reivindicação coletiva.
Para a audiência com o ministro da Fazenda, que ainda está sendo agendada, a comissão irá reforçar o pedido para que a delegacia seja reaberta. Já ao presidente do Banco do Brasil, a questão será o fechamento da agência na Praça da Cultura e ainda do Banco do Nordeste para pedir a continuação do atendimento na agência da Bernardo Sayão.
Por sugestão do deputado Marco Aurélio, foi incluída na pauta a questão do bônus aos estudantes que desejam cursar nas universidades públicas em Imperatriz e que estão sendo prejudicados pela falta de vagas.
Quanto à questão do voo da Azul, o parlamentar informou que, embora o governo do estado tenha oferecido condições para a empresa adquirir combustível com redução de imposto, a empresa alegou que não terá condições de manter a linha Imperatriz-Belo Horizonte em função da crise e que ampliará o voo Imperatriz-São Luís-Imperatriz.
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