O Governo do Estado realizou, nessa quarta-feira (24), o Seminário Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas – edição Região Tocantina, no auditório da Unidade Regional de Educação (URE) de Imperatriz. Mais de 250 profissionais de saúde, de assistência social, professores e representantes da sociedade civil debateram sobre redução da oferta, tratamento e prevenção às drogas.
O evento envolve nove secretarias de governo e conta com parceria do município de Imperatriz e de organizações da sociedade civil. O objetivo do Seminário é promover o debate sobre a política de combate às drogas e a integração das iniciativas da sociedade civil e do poder público para a elaboração das diretrizes da política estadual referente a este assunto. Em abril deste ano, o seminário foi realizado em São Luís e a partir de agora se estende às demais regiões do estado para a construção dessas diretrizes de acordo com a realidade local.
Mais de mil pessoas recebem tratamento para dependência química em um dos serviços da rede de assistência em Imperatriz, que conta com três Centros de Atenção Psicossociais, sendo um de Álcool e Drogas (Caps AD), além das inúmeras comunidades terapêuticas geridas por organizações sem fins lucrativos e religiosas. A rede também conta com o Centro Pop e o Consultório na Rua, unidades da rede de saúde cuja gestão é feita pelo município.
A Pesquisa Nacional sobre o Uso de Crack no Brasil, publicada em 2014, aponta que 0,54% da população brasileira faz uso regular de crack, sendo que o maior índice é encontrado na região Nordeste, que é de 1,29%. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 70% das cidades do Maranhão têm usuários de crack. São Luís foi apontada como a de maior número de usuários, seguida por Imperatriz.
Segundo o secretário de Estado de Políticas Públicas, Marcos Pacheco, uma das características do processo de formatação do plano estadual das políticas públicas sobre drogas é escutar a população. “Nós estamos hoje aqui para ouvir mais do que para falar. Ao final iremos consolidar todas as propostas para inclusão no plano, cuja minuta será apresentada ao Conselho Estadual. Além desse método de trabalho, de pensar a política, é preciso integração, mas, acima de tudo, precisamos de solidariedade, onde o mais importante são as pessoas que estão precisando de nós, os usuários e suas famílias”, explicou o secretário Marcos Pacheco.
Já Gisele Cerqueira, psicóloga e integrante do Departamento de Saúde Mental do município de Imperatriz, destacou a importância do seminário pela intersetorialidade com os demais setores envolvidos no combate às drogas. “São vários setores aqui, não só a saúde mental, nem a segurança pública. O Caps não dará conta de resolver tudo. Por isso, a ideia é de nos juntarmos”, destacou Gisele Cerqueira.
O psiquiatra José Wilson Bezerra Rodrigues, que trabalha nas cidades de Imperatriz, Campestre, Porto Franco e Estreito, também participou do evento e contou que o seminário foi de vital importância para a Região Tocantina. “Estamos aqui hoje todos juntos discutindo sobre o que podemos fazer de forma integrada para melhorar no que tange às políticas públicas sobre drogas. Essa discussão é importante para os profissionais que atuam nas comunidades terapêuticas e para a rede de atenção psicossocial com um todo”, comentou o psiquiatra. (Sedihpop e Seepp)
Publicado em Justiça na Edição Nº 15907
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