O Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAOp-DH) do Ministério Público do Maranhão promoveu, na manhã dessa terça-feira, 27, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, uma reunião com professores e gestores de escolas municipais e estaduais de São Luís para discutir estratégias de prevenção ao suicídio e à automutilação entre estudantes das redes públicas de ensino.
O encontro foi motivado por um levantamento, que ainda está sendo realizado nas escolas municipais e estaduais públicas de São Luís, provocado pelo Fórum de Prevenção ao Suicídio, no qual já foi constatado que existe um grande número de práticas de automutilação e de tentativas de suicídio entre os estudantes.
O relatório da pesquisa, feita pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), deverá ser concluído e apresentado no próximo mês de dezembro.
Coordenou a reunião a promotora de justiça Lana Barros Pessoa, integrante do CAOp-DH, que compôs a mesa de abertura ao lado da assistente social e integrante do Fórum, Daiana Andrade, e da psicóloga e professora da rede estadual, Cláudia Regina.
“O objetivo deste encontro é procurar caminhos para traçar estratégias de prevenção e passar informações de como proceder em caso de identificação de alguma situação de risco”, disse a promotora de justiça Lana Pessoa.
A assistente social Daiana Andrade alertou para o índice alto de casos de automutilação nas escolas de São Luís. Também afirmou que a maioria das pessoas que tenta suicídio não quer acabar com a vida, mas terminar com um sofrimento intenso que está sentindo e não consegue mais suportar. “Estes problemas são muito graves. Temos que traçar estratégias de combate ao suicídio e de valorização da vida, de forma urgente”.
Por sua vez, a psicóloga Cláudia Regina ressaltou a necessidade do trabalho de prevenção para evitar a ocorrência de mais casos. “Enquanto escola, esta demanda precisa de respostas urgentes. Não dá para fingir que não está acontecendo nada”.
Bullyng, racismo, preconceito, desprezo, além da desestruturação familiar, foram alguns fatores apontados pelos palestrantes, que podem causar lesões emocionais ou psicológicas em crianças e adolescentes, levando-as ao cometimento de suicídio e de automutilação.
Entre as medidas necessárias para a prevenção dos problemas, foram elencadas a necessidade de atenção e cuidado permanente com os alunos; a capacitação dos gestores, a identificação e avaliação dos problemas psicológicos apresentados pelas crianças e adolescentes, além do encaminhamento correto para os setores responsáveis.
A segunda mesa do encontro foi formada pela promotora de justiça Ilma de Paiva Pereira, pelo psicólogo do Tribunal de Justiça do Maranhão, Paulo Guilherme Siqueira Rodrigues, e pelo chefe de saúde mental da Secretaria de Estado da Saúde, Márcio Menezes.
Durante a sua explanação, a promotora de justiça destacou que a reunião foi motivada devido ao registro do crescimento de casos de automutilação nas escolas públicas de São Luís. “Temos que traçar estratégias para um enfrentamento eficiente deste gave problema”. (CCOM-MPMA)
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