O Maranhão é o estado com maior crescimento proporcional em todas as áreas de conhecimento nas três últimas avaliações do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizadas nos anos de 2006, 2009 e 2012. A conclusão é da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Supervisão de Avaliação Educacional, após análise dos dados referentes à edição 2012 do teste desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo a supervisora de Avaliação Educacional da Seduc, Vera Lúcia Gonçalves Pires, o maior crescimento se deu na avaliação de leitura, em que o estado alcançou 369 pontos na prova de 2012, comparado a 272 obtidos na avaliação de 2006. “O estado apresentou um crescimento proporcional de 35,66% na avaliação de leitura nos últimos 6 anos, o que reflete uma melhoria significativa na capacidade de interpretação textual dos estudantes”.
O Pisa é aplicado de forma amostral, segundo critérios definidos pelo Consórcio Internacional contratado pela OCDE para administrar o programa. Participam da avaliação alunos com idade entre 15 e 16 anos que estão cursando 7º, 8º ou 9º ano do Ensino Fundamental e qualquer série do Ensino Médio. Esse público é avaliado em Leitura, Matemática e Ciências.
Além do caderno de testes, os alunos responderam questionário sobre hábitos de estudos e condições socioeconômicas. A direção da escola, também, repassou, por meio de um questionário, dados sobre estrutura da escola e formação dos professores.
No Maranhão, o Pisa foi realizado em 36 escolas distribuídas em 29 municípios. Desse universo, 17 escolas avaliadas pertenciam às redes municipais, 18 da estadual e uma do ensino privado. Quanto à localização, foram avaliadas 15 escolas instaladas na zona rural e 21 na zona urbana.
Segundo a secretária-adjunta de Ensino, Leuzinete Pereira, um dos problemas diagnosticados pela avaliação é a distorção idade-série. “A Seduc tem ciência da distorção e vem trabalhando, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, com programas de correção de fluxo “Se Liga” e “Acelera Brasil”, possibilitando corrigir essa distorção, que se reflete em igualdade de condições aos alunos na realização de avaliações como o Pisa”.
Leuzinete Pereira destacou que uma importante ferramenta para a evolução da educação no estado é a realização de capacitações e a formação continuada dos professores, buscando uma melhoria do aprendizado. “A Seduc realiza diversas capacitações voltadas para técnicos e professores, ações que devem ser ampliadas em 2014 por meio de parcerias com as universidades públicas de nosso estado, realizadas pelo Pacto Nacional pelo Ensino Médio, coordenado pelo Ministério da Educação, tendo como objetivo a formação continuada com foco na abordagem de conteúdo em sala de aula, fornecendo metodologias que fortaleçam o interesse do aluno e, consequentemente, o seu aprendizado”.
Melhorias e desafios
Para o secretário de Estado de Educação, Pedro Fernandes, apesar do avanço percebido, a educação pública tem um longo caminho a percorrer, na busca da excelência no ensino. “A Seduc está buscando a transformação da realidade educacional no estado, que envolve mudanças administrativas e pedagógicas baseadas no plano de metas desenvolvido pela secretaria que visa a melhoria do nível de aprendizagem, a universalização do ensino médio, implantação do regime de colaboração entre União, Estado e municípios em prol da educação e o combate ao analfabetismo”.
Pedro Fernandes destacou a aproximação com a sociedade por meio da realização de parcerias com diversas instituições. “A educação é um dever do estado e da família, e deve ser um compromisso de toda a sociedade. Nesse sentido, em nosso trabalho, temos grandes parceiros na busca pela melhoria de nossos índices, como o Instituto Ayrton Senna, na correção de fluxo; o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), na gestão e desenvolvimento pedagógico; o Instituto Alfa e Beto e o Movimento de Educação de Base, no combate ao analfabetismo; e o Programa Nacional de gestão Pública e Desburocratização (Gespública) na modernização administrativa, que assumiram, juntamente com a secretaria, o desafio de mudar a nossa realidade”.
O secretário de Educação ressaltou a conclusão do Plano Estadual de Educação (PEE) que, no último dia 20, foi entregue para a Casa Civil. “O PEE representa as reais intencionalidades dos educadores de nosso estado e da sociedade civil como um todo. Foi construído por diversas mãos, num processo democrático que envolveu mais de 20 instituições representadas no Fórum e 28 conferências intermunicipais de educação”, afirmou o secretário destacando ainda que o PEE constitui-se numa política de Estado que fortalece o Sistema Estadual de Educação do Maranhão.
“Neste ano foi realizado o mapeamento funcional eletrônico, sistema que trabalha no aperfeiçoamento da organização funcional dos servidores da rede estadual de Ensino, permitindo a plena observação da lotação e atuação de cada servidor, bem como o fornecimento de dados sobre a demanda de profissionais em cada unidade de ensino. É através dos dados fornecidos, que será possível a solicitação de concurso público destinado a preencher efetivamente as vagas nas áreas em que há demanda de profissionais na educação do estado”, afirmou Pedro Fernandes.
Outro ponto ressaltado por Pedro Fernandes são as capacitações realizadas pela Seduc, valorizando os profissionais da educação e fomentando a melhoria do ensino. “A Seduc realiza cotidianamente capacitações aos professores no sentido de promover a formação continuada desses profissionais. Atualmente, os professores da rede estão recebendo tablets educacionais, e sendo capacitados a utilizar os aparelhos como ferramenta pedagógica dentro de sala de aula e um diálogo com os alunos, familiarizados com as novas tecnologias”.
O secretário explicou, ainda, que, a partir de 2014, serão utilizadas as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, elaboradas com a participação dos professores da rede e apoio técnico do Projeto de Cooperação Técnica MEC/Pnud. “As diretrizes irão possibilitar a implantação de padrões mínimos de ensino na rede pública estadual, com orientações ao planejamento docente, ao tempo de trabalho e condições necessárias para a efetividade do processo de aprendizagem”.