O Ministério Público do Maranhão fez o lançamento da Campanha Maranhão na Prevenção às Drogas em mais cinco cidades do Sul do Maranhão. Na sexta, 25, o lançamento foi em Grajaú e incluiu as cidades de Formosa de Serra Negra e Itaipava de Grajaú. Na segunda, 30, o projeto foi lançado nas cidades de Carolina e Riachão. Com a inclusão destas localidades, já são mais de 70 municípios participantes. A meta é que até o fim do ano 100 municípios façam adesão à campanha.
O projeto tem como objetivo propor medidas e ações que visem à prevenção do uso indevido de drogas, além do cuidado, tratamento e reinserção social dos usuários e dependentes. A campanha é realizada por uma parceria entre instituições que integram o Comitê Estadual de Prevenção às Drogas, composto pelo Ministério Público do Maranhão, Poder Judiciário Estadual, Poder Legislativo e Polícia Rodoviária Federal, com o apoio do Governo do Maranhão e Federação dos Municípios.
O procurador-geral de justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, presidiu a solenidade em Carolina e Riachão. Ele afirma que os principais problemas do país são a corrupção e o consumo de drogas. O procurador-geral diz que a campanha objetiva, principalmente, chamar a sociedade para discutir a responsabilidade de cada um no combate e prevenção ao uso indevido de drogas.
“É dever do Ministério Público, da escola, da sociedade levar esta mensagem a todas as pessoas para que este assunto possa chegar à casa de cada um de nós e discutir o que aprendemos aqui hoje para que nossos jovens não entrem neste mundo, que é o de consumo de drogas”, ressaltou Luiz Gonzaga.
O presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (Ampem), Tarcísio Bonfim, parabenizou a instituição pela iniciativa. Ele afirma que a finalidade de todas as instituições sociais é promover o bem da sociedade e isso também se dá através da participação popular. Por isso nesta campanha, o projeto prevê legislação própria para a criação de conselhos de prevenção às drogas. “Esta participação popular é de fundamental importância, porque nossas ações precisam estar antenadas com as preocupações da sociedade. Estamos aqui formalizando um pacto pela vida, que é o bem mais precioso que temos”, diz o presidente da Ampem.
O promotor de justiça Crystian Gonzalez Boucinhas, diretor das Promotorias de Grajaú, disse que o município tem muito a ganhar com o projeto a ser implementado. Para ele, as drogas assolam a sociedade como um todo e, segundo estatísticas, mais da metade dos adolescentes em conflito com a lei se envolvem com a criminalidade por conta do vício em drogas. “As drogas lotam hospitais, presídios, devastam famílias. É um problema sério que precisamos enfrentar”, acentuou.
O promotor de justiça de Carolina, Marco Túlio Rodrigues, fez uma dinâmica com os jovens que participaram da audiência pública no município. Com a ajuda do procurador-geral de justiça e do presidente da Ampem, ele chamou um aluno participante do evento para dizer o nome da campanha e ganhar o prêmio de R$ 500.
Em Riachão, o promotor de justiça Adoniran Souza Guimarães enfatizou que a prevenção é a melhor forma de trabalhar com a temática. Ele relata que muitos pais o procuram para ajudar com filhos envolvidos com drogas, mas ele sabe que é muito difícil tratar um dependente químico. “Nós queremos trabalhar com prevenção para diminuir a cada dia o caráter repressivo, para diminuir as internações, porque a droga muitas vezes é um caminho sem volta”, afirmou o promotor.
Palestra
Durante a solenidade, a promotora de justiça Sandra Fagundes, de Açailândia, esclareceu que os objetivos da iniciativa incluem a criação e aprovação de leis que criem fundos e conselhos municipais para discutir e fomentar a prevenção às drogas nos municípios. “Na maioria dos júris que fazemos, os réus estão ali porque se envolveram de alguma forma com drogas. Por isso, é preciso captar recursos e mobilizar ações junto com a sociedade para reverter este quadro”, destacou.
Prevenção
Na oportunidade, a promotora de Açailândia mostrou aos jovens e crianças os efeitos que as drogas podem causar nos indivíduos, por meio de slides contendo relatos de pessoas que já utilizaram diversos entorpecentes. Ela afirma que um dos objetivos da campanha é mostrar os males que a droga traz e evitar que mais jovens entrem neste caminho. “A droga mata pelo consumo ou pelo envolvimento no mundo do crime. Temos que acabar com esse ciclo e, por isso, devemos trabalhar com educação preventiva”, ressaltou.
O evento contou com o relato pessoal de um ex-dependente químico. Daniel Gonçalves relatou que perdeu a mãe quando ainda era criança e que por influência dos amigos usou cocaína e crack. Hoje ele se alegra de ter largado o vício e formado uma família. Além de ter um filho pequeno, Daniel e a esposa esperam o nascimento de outra criança.
O recado que deixa para os jovens é não experimentar pela primeira vez. “A minha vida foi muito conturbada e eu me deixei levar. Mas eu digo para vocês que a droga só destrói a vida das pessoas, ela não traz nada de bom. Como a própria música diz, ‘é preciso saber viver’. Hoje eu encontrei o meu caminho”, declarou Daniel. (Iane Carolina / CCOM-MPMA)
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