Exposição foi realizada na sede das Promotorias de Justiça de Imperatriz
Peças são fabricadas pelos internos da penitenciária de Imperatriz

Foi realizada nessa quarta-feira, 31, no hall de entrada do prédio das Promotorias de Justiça de Imperatriz, a exposição de móveis artesanais do projeto Construarte. A iniciativa busca ajudar na ressocialização de presidiários por meio do trabalho artesanal. Os móveis e objetos de decoração são fabricados pelos internos da penitenciária de Imperatriz. O valor obtido com a venda das peças é revertido para as famílias dos detentos ou destinado para a compra de materiais para fabricação.
Os produtos são desde pequenas peças de decoração a móveis de grande porte, todos feitos de madeira reaproveitada de pallets usados em transporte de carga.
O Projeto Construarte foi idealizado pela direção da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária). Segundo a terapeuta ocupacional Alice Vicentin, uma das responsáveis pela exposição, a atividade artesanal tem por finalidade encaminhar os internos para um trabalho que sirva como ocupação. A oficina funciona dentro do presídio e conta com o trabalho de cinco internos, atualmente. O número deve aumentar, conforme o projeto consiga mais materiais para produção.
A exposição foi apoiada pelo promotor de justiça Domingos Eduardo da Silva, da 5ª Promotoria de Justiça Criminal de Imperatriz. Para o representante do Ministério Público do Maranhão (MPMA), a ideia da exposição é dar visibilidade ao projeto, valorizando o trabalho dos presos.
Ele destaca a importância da ação no processo de ressocialização dos detentos. "O benefício principal é a remissão penal e o resgate da dignidade do preso, por possibilitar o trabalho e a produção de objetos que podem trazer retorno financeiro, não só para ele, mas também para sua família." Ressaltou o promotor Domingos.
O marceneiro chefe da oficina, Daniel Couto Pinto, declarou que o projeto transformou a sua vida e a dos outros presos. "Eu nunca imaginei que pudesse vivenciar isso. Quando me chamaram, eu abracei o projeto e, depois da exposição no shopping Imperial, eu pude ver a importância desse trabalho, de como é benéfico para mim, para a família e para os outros que estão lá".
A estudante de direito Louise Vieira visitou a exposição e apontou a forma artesanal das peças. "Tem um aspecto menos industrial, você sente que alguém trabalhou naquilo, que é algo mais pessoal", declarou a estudante.
O valor das peças varia de R$ 10 a R$ 300. Outras mostras semelhantes devem ser realizadas brevemente. (Guilherme Miranda / CCOM-MPMA)