Bibliotecários e servidores que integram a equipe técnica dos arquivos históricos do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) concluem, nesta quarta-feira (11), curso preparatório para atuação no Memorial do Judiciário do Maranhão - com implantação prevista para setembro deste ano, no Solar dos Veras (Rua do Egito).
A capacitação é a terceira promovida pela Escola Superior da Magistratura (ESMAM), com vistas à organização do centro de referência de memória, coordenado pela Comissão de Documentação, Revista e Jurisprudência e Biblioteca do TJMA, responsável pelo projeto.
Nos dois primeiros treinamentos, os servidores participaram de oficinas de introdução à museologia e à memória social, elaboração de plano museológico e ferramentas de gestão de museus.
"Na fase atual, a equipe receberá orientações sobre o processo de institucionalização da memória, que corresponde à implantação propriamente dita do museu dentro do tribunal", explicou a professora Marijara Queiroz - doutoranda em Teoria e História da Arte, mestra em Artes Visuais e professora assistente do Curso de Museologia da Faculdade de Ciência da Informação da UNB.
MEMÓRIA SOCIAL - A partir de conceitos e práticas contextualizadas de preservação e difusão da história da instituição por meio de acervos, a consultora auxilia os profissionais na análise dos centros de memória do TJMA para elaboração dos programas e projetos de proteção, patrimonialização de obras, responsabilização sobre deslocamento de documentos e acervos, além de critérios para curadoria, recebimento e recusa de doações.
Na avaliação da museóloga - especialista em teoria museológica, museologia social, museus e coleções - ao perceber a necessidade de preservar a memória da justiça, o TJMA demonstra que esse é um processo de interesse não só da insituição, mas de toda a sociedade.
"A história da justiça faz mais sentido quando pensada sob o ponto de vista da memória social, dos direitos humanos. Ao criar um memorial ou museu, o TJMA mostra o seu interesse em trabalhar o conceito de justiça de forma muito mais ampliada, para além da instituição. É algo que extrapola o aspecto cultural, porque está disseminado em várias áreas da sociedade", concluiu.
A professora visitou a Biblioteca da ESMAM e foi agraciada com um exemplar do livro que conta a história dos 30 anos da escola judicial do Maranhão.
FUTURO - Na abertura do curso, o presidente da Comissão de Documentação, Revista e Jurisprudência e Biblioteca do TJMA, desembargador Lourival Serejo, ressaltou a importància social e política da memória e a necessidade de sua preservação e difusão, em diferentes versões, para o desenvolvimento de construções sobre o passado e criação de identidades.
"O trabalho realizado por esta equipe que mantém os registros judiciais arquivísticos, museológicos e biblioteconômicos, materiais ou imateriais, é de suma importância para o futuro da instituição", observou.
O projeto de implantação do Memorial do Tribunal de Justiça do Maranhão segue diretrizes do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça, com o objetivo de incentivar e apoiar ações de preservação e divulgação da memória judiciária em todos os seus ramos de atuação e em cada região do país.
Também integra a fase estrutural do projeto a abertura de concurso público para os cargos de analista judiciário historiador e arquivista. (Asscom TJMA)
Publicado em Justiça na Edição Nº 16171
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