Juíza Solange Cordeiro observa M.G.S.A assinar o acordo

São Luís - O que era para ser mais uma audiência de conciliação transformou-se num momento de grande emoção, que levou às lágrimas a magistrada, servidores e jurisdicionados presentes à sala de audiência da 4ª Vara do Trabalho (VT) de São Luís nessa quinta-feira (14). Toda a emoção foi causada pelo gesto de gratidão da senhora M.G.S.A, de 68 anos, ao firmar acordo que solucionou o processo ajuizado por seu filho contra a empresa Construcap-CCPS Engenharia e Comércio S.A.
O acordo, no valor de R$ 2.700,00, que corresponde a 90% do valor executado, pôs fim a uma história que teve início em 2009, quando o trabalhador P.J.S.A, que exercia a função de zelador na Construcap, ajuizou reclamação contra a empresa. Em seis meses, o juízo da 4ª Vara do Trabalho (VT) de São Luís condenou a empresa a pagar-lhe diferenças das verbas rescisórias. A empresa recorreu e agora a dívida vai ser quitada. Quem está recebendo o crédito trabalhista é a mãe, uma vez que o trabalhador faleceu vítima de câncer, passando o processo a ser acompanhado pela sua mãe e pela viúva.
Após a tramitação recursal, o processo retornou à 4ª VT de São Luís, para iniciar a fase de execução, porém o fato de a empresa ser de São Paulo acabou prejudicando a agilidade da execução. Nesse ínterim, a mãe do trabalhador começou a procurar a sede da Vara Trabalhista em busca da solução do processo, até quinta-feira (14), quando firmou o acordo com a empresa.
Ao homologar o acordo, a juíza titular da 4ª Vara do Trabalho de São Luís, Solange Cristina Passos de Castro Cordeiro, disse que se sentia comovida com a solução do processo, pois o acordo aconteceu em decorrência de um esforço especial em localizar e contatar a empresa. Após vários contatos, a empresa tomou conhecimento das dificuldades da viúva do trabalhador e sensibilizada pelo espírito conciliador da semana da execução, enviou a advogada da empresa em São Luís para a audiência de conciliação.
Feliz e emocionada, M.G.S.A disse que Deus usou alguém para ajudá-la, referindo-se, especialmente, à juíza Solange Cordeiro. “Porque eu estava aqui na frente da 4ª VT lutando e clamando por esse resultado e por meu filho quando a Juíza me atendeu”, confessou.
A juíza agradeceu e ressaltou o prazer de exercer a magistratura, particularmente quando pode dar resposta efetiva aos jurisdicionados com a solução das reclamações trabalhistas. Para ela, o reconhecimento desse trabalho anima o magistrado e o faz prosseguir e continuar na justiça.
Já a viúva do trabalhador disse que se sentia realizada e ao mesmo tempo aliviada porque foi feita justiça.
A advogada da empresa, Patrícia Raposo de Melo, destacou o prazer de solucionar questões como essa “não só pela empresa, mas por poder fazer justiça”.
A audiência foi realizada no quarto dia da Semana Nacional de Execução Trabalhista. Sob a coordenação do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), a semana foi encerrada nessa sexta-feira (15). (Ascom/TRT)