Defensoras Nívia Viegas e Isabella Miranda coordenaram ação em Imperatriz

Como parte da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, o Núcleo da Defensoria Pública do Estado, em Imperatriz, realizou ações direcionadas aos homens, que respondem a processos na Vara de Violência Doméstica contra a Mulher, acompanhados pela instituição. Para sensibilizá-los, foram ministradas palestras, distribuídos panfletos, laços brancos, preservativos e exibidos vídeos e slides abordando a temática da prevenção e das questões de gênero.
Sob a coordenação das defensoras Nívia Roberta Viegas e Isabella Miranda da Silva, as atividades integraram a campanha do Laço Branco, uma mobilização de nível mundial que reúne homens engajados no combate à violência contra a mulher.
Segundo Nívia Roberta Viegas, a sensibilização dos agressores foi a contribuição dada pelo Núcleo de Imperatriz à campanha dos “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. No período compreendido entre 25 de novembro e 10 de dezembro, órgãos que integram a rede de assistência à mulher, em Imperatriz, realizaram palestras e encontros para estimular a sociedade local a refletir sobre o tema e a buscar soluções conjuntas que apontem para um novo caminho.
Além da Defensoria Pública, fazem parte da rede a Delegacia da Mulher, a Vara da Mulher, a Promotoria da Mulher, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher e a Casa Abrigo Dra. Ruth.
“Em oito anos de combate à violência contra a mulher em Imperatriz, é a primeira vez que realizamos uma campanha voltada aos agressores. Acreditamos que por se tratar de um grave problema social enfrentado pelo Brasil, precisa ser atacado em todas as frentes, portanto iniciativas como estas são sempre muito bem vindas”, destacou Nívia Viegas, acrescentado que a atividade realizada na sede do núcleo contou com a presença da secretária Municipal de Políticas para Mulher, Conceição Formiga, e da coordenadora do Centro de Direitos Humanos Padre Josimo, Conceição Amorim.

Histórico
A campanha do Laço Branco foi lançada após incidente ocorrido em 6 de dezembro de 1989, quando um rapaz de 25 anos invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá, e assassinou 14 mulheres, à queima roupa, suicidando-se em seguida.
Os tiros foram disparados depois que ele ordenou aos homens (aproximadamente 48) que se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que a motivação para o crime era o fato de ele não suportar a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.