Campanha objetiva sensibilizar a população sobre consequências negativas das queimadas

Grajaú - Um grande púbico compareceu à abertura da campanha institucional do Ministério Público do Maranhão, “Queimadas: o fogo pega, a vida acaba”, realizada na última quinta-feira, 1º, no Parque Serra da Mesa, no município de Grajaú. Além de representantes do MPMA e do Poder Judiciário, o evento reuniu autoridades da administração municipal, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da sociedade civil. Uma parte significativa da plateia foi formada por estudantes de escolas públicas.
Este é o segundo ano da campanha, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos e as consequências negativas das queimadas para o meio ambiente. Em 2012, Grajaú, que possui aproximadamente 65 mil habitantes, foi o segundo município do Brasil com o maior número de focos de incêndio registrados e o Maranhão foi o estado com a maior quantidade de queimadas do país. O ápice do problema ocorreu no mês de agosto.
Na abertura, o promotor de justiça da Comarca de Grajaú, Carlos Róstão Martins Freitas, citou versos da letra da música “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, para exemplificar o transtorno pelo qual passam os moradores do município. “No ano passado, Grajaú ardia em chamas. Os olhos ardiam à noite”, afirmou.
Em seguida, o promotor exibiu vídeos contendo imagens e reportagens feitas e veiculadas em emissoras de TV no ano passado, que trataram o problema, além de depoimentos de moradores da cidade. Algumas matérias abordaram o grande aumento do atendimento a pacientes com problemas respiratórios decorrentes das queimadas. “Nós não temos as soluções prontas, mas juntos poderemos ajudar a preservar o meio ambiente e retirar Grajaú deste quadro negativo”, concluiu Carlos Róstão durante o seu pronunciamento.
A procuradora-geral de justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha, ressaltou que a campanha necessita do envolvimento de todos os atores sociais: crianças e adultos, políticos e empresários. Entre as consequências do problema, ela citou a poluição do ar, a erosão do solo, as doenças respiratórias, a migração de insetos e animais, o aquecimento ambiental. “Os danos são muitos. Por isso, a prevenção será sempre mais vantajosa e menos dispendiosa que a reparação de todos estes problemas”, enfatizou.
Por último, ela parabenizou os promotores de justiça de Grajaú Carlos Róstão Martins Freitas e Rodrigo de Vasconcelos Ferro pela iniciativa e encerrou citando um provérbio indígena: “Só quando derrubarem a última árvore, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro”.
O discurso do diretor das Promotorias de Justiça de Grajaú, Rodrigo de Vasconcelos Ferro, também destacou a necessidade do engajamento de toda a sociedade para que o quadro verificado no ano passado, no município, não venha a se repetir em 2013. “É necessário o empenho de todos para combater esta mazela que é fruto da mais absoluta falta de conhecimento e de educação, cujos riscos e malefícios atingem toda a sociedade”.
Para concluir a sua explanação, Rodrigo de Vasconcelos lembrou de uma reflexão do ex-presidente norte-americano John Kennedy, assassinado em 1963: “O nosso elo é que habitamos o mesmo planeta, respiramos o mesmo ar, amamos nossos filhos e somos todos mortais”.
O prefeito de Grajaú, Junior de Sousa Otsuka, disse que os resultados da campanha iniciada no ano passado já estão aparecendo, porque diminuiu o número de queimadas neste período do ano. “Quero parabenizar todos os envolvidos. O resultado mostra a eficiência e a eficácia das ações. Que a gente vista a camisa do MP de combate às queimadas”. Também destacando o empenho do Ministério Público, o juiz da Comarca de Grajaú, Fernando Jorge Pereira, afirmou que é “imprescindível que se repita o slogan da campanha” e conclamou que todos trabalhem como multiplicadores.
Representando a Associação do Ministério Público do Maranhão (Ampem), o promotor de justiça Cássius Guimarães Chai afirmou que o ser humano é apenas uma pequena parte do cenário da terra e deve ter zelo pela natureza. “É por nossa omissão, por nossa falta de atenção e por nosso descuido que estas práticas criminosas existem. Sem o nosso engajamento, abreviaremos as nossas vidas”.
Do MPMA também estiveram presentes, o diretor-geral da Procuradoria Geral de Justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, e a diretora da Secretaria para Assuntos Institucionais, Fabíola Fernandes Faheína Ferreira.
Durante a solenidade, a procuradora-geral de justiça, Regina Rocha, recebeu uma homenagem da administração municipal de Grajaú. A programação do evento contou ainda com performance teatral e show de música. Antes, no período da tarde, foi realizada uma carreata e exibição de voo de parapente. (Eduardo Júlio / CCOM - MPMA)