O velório da magistrada Glauciane Chaves de Melo, 42, da Comarca de Alto Taquari (479km a sul de Cuiabá), ocorreu na manhã desse sábado (8), no Plenário 1 do Tribunal de Justiça, em clima de muita emoção. Desembargadores, magistrados e a maioria dos juízes aprovados no último concurso público que ingressaram na carreira juntamente com a magistrada compareceram à cerimônia. A presença da mãe da juíza comoveu os presentes.
Após o velório, o corpo seguiu de avião para Minas Gerais. O sepultamento será hoje, no Parque Renascer, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
A juíza foi assassinada a tiros na manhã de sexta-feira (7) pelo ex-marido, Evanderly de Oliveira Lima, dentro do Fórum da comarca. Ele está foragido. A expectativa do coordenador militar do TJMT, coronel Wilson Batista, é de que a prisão ocorra em breve. Todo o efetivo das polícias Militar e Civil estão na região de Alto Taquari participando das buscas.
Falando em nome da família da vítima, o primeiro marido da magistrada, Daniel Cesar Coelho Júnior, informou que todos estão consternados com a tragédia, mas que aproveitam este momento para renovar o respeito e admiração por todos os amigos de Alto Taquari. Disse ainda que acreditam no Poder Judiciário de Mato Grosso para que a justiça seja feita, na força pública do Estado e na presença divina.
O presidente do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, destacou os anos de estudo e de sacrifício pessoal de Glauciane Melo para ser aprovada no concurso da magistratura, sonho que ela acalentava desde o primeiro ano da faculdade de Direito. Lamentou ainda o fato do Poder Judiciário ter a obrigação de fazer cumprir a lei Maria da Penha e ter uma magistrada vítima da violência doméstica.
A magistrada Gizelda Regina Sobreira de Oliveira Andrade, da Comarca de Nova Canaã do Norte, e da mesma turma de Glauciane Melo, foi designada para acompanhar o corpo até o sepultamento. Ela lembrou da convivência do grupo de juízes aprovados no último concurso durante os três meses de duração do curso de formação e destacou que Glauciane era uma líder nata. “Ela era solidária, humilde e que agregava todos”.
Outro magistrado da mesma turma, Marcelo Sousa Melo Bento de Resende, da Comarca de Itiquira, também ressaltou o temperamento afável da juíza, que atuava como uma relações públicas do grupo.
O presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, designou o juiz José Arimatéa Neves Costa, da Comissão de Prerrogativas, para acompanhar as investigações do crime.
Publicado em Geral na Edição Nº 14724
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