Os trabalhadores das empresas do sistema Eletrobras encontram-se em mobilização nacional. A paralisação começou nessa quarta-feira (4) e envolve 14 empresas estatais, entre elas a Eletrobras, Furnas, Eletronorte, Chesf, Eletrosul e várias distribuidoras.
Entre os pontos de reivindicações estão melhores condições salariais e de trabalho, defesa de seus direitos, combate à precarização e terceirização do trabalho e a renovação das concessões de energia, que correm risco da privatização. Se as reivindicações não forem atendidas pela Eletrobras, os trabalhadores entrarão em greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 16.
De acordo com a Federação Nacional dos Urbanitários, “os trabalhadores e as trabalhadoras do Sistema Eletrobras, neste primeiro dia da paralisação de 72 horas, mostraram que estão fortes e mobilizados, pois em todo o país a adesão ao movimento tem sido muito grande. Essa unidade da categoria tem superado até mesmo as ameaças dos dirigentes da Holding, que de forma autoritária vem ameaçando com corte do ponto os trabalhadores. É preciso lembrar a estes dirigentes que, segundo a Lei de Greve em vigor, o corte somente poderá ser feito após o julgamento da greve e caso seja considera pela Justiça ilegal”.
A FNU lamentou que “a direção do Sistema Eletrobras fique preocupada somente em punir a categoria, promovendo um clima de terror e de caça às bruxas. Deveria empreender este mesmo esforço para buscar alternativas para apresentar uma proposta de acordo digna aos trabalhadores”.
A FNU tem recebido informes de que em virtude da paralisação alguns diretores de operação estão preocupados sobre a manutenção do sistema de operação em algumas empresas. “É importante esclarecer que a fragilidade dessa área é fruto da própria política operacional equivocada da Eletrobras, que não cumpre a NR10, que determina que o operador não pode trabalhar isolado, tendo que atuar no mínimo com dois operadores por turno. Hoje, algumas subestações são totalmente automatizadas, como por exemplo, acontece na Eletrosul, onde não existem operadores no controle, apenas máquinas. A FNU e os sindicatos já fizeram até mesmo denúncias ao Ministério Público do Trabalho alertando sobre esse tipo de procedimento da Holding, mas nada de concreto foi feito. Pela preocupação destes diretores o operador somente é lembrado na greve. Queremos respeito à lei e não patrulhamento na hora de buscar os nossos direitos”, afirma a Federação.