Técnicos dos 76 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) do Maranhão participaram, nessa sexta-feira (21), em São Luís, de oficina promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), para desinstitucionalização dos atendimentos de saúde mental. A capacitação atende a determinações da Lei nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
O coordenador estadual de Saúde Mental, Raimundo Teodoro, disse que a qualificação dos profissionais de saúde mental tem como finalidade resgatar a dívida com os doentes mentais, que ficaram por muito tempo internados em hospitais psiquiátricos. “Houve um período em que o portador de transtorno mental era isolado e recebia eletrochoques. Hoje, há um esforço conjunto para oferecer uma vida digna a essas pessoas”, justificou.
A oficina foi conduzida pelo psiquiatra e consultor do Ministério da Saúde (MS), Cristoph Surjus, e contou com a presença do diretor do Hospital Estadual Nina Rodrigues, Ruy Cruz; da coordenadora do Departamento de Atenção Básica, Marielza Cruz; da Secretaria Adjunta de Saúde de São Luís, Sílvia Viana, e dos técnicos de saúde mental Marcelo Matos (São Luís) e José Eudes (Conselho de Secretários Municipais de Saúde - Cosems).
Cristoph Surjus afirmou que esta qualificação dos técnicos de saúde mental vem sendo realizada em outros estados para que o modelo asilar seja substituído pela rede de cuidado integral de saúde. “Os hospitais psiquiátricos viraram grandes instituições asilares e agora estamos trabalhando para que estas pessoas possam ser retiradas desses ambientes e levadas para os serviços de residência terapêutica, CAPs ou para o convívio familiar”, explicou o psiquiatra, que atualmente trabalha no processo de desinstitucionalização da saúde mental, com o fechamento de sete hospitais psiquiátricos em Sorocaba (SP). (Concita Torres – Secom)
Publicado em Geral na Edição Nº 14960
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