São Luís - A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) realizou, durante a noite de terça-feira (3), a reconstituição da morte do jornalista e blogueiro Décio Sá. A ação se iniciou por volta das 15h30 na Avenida Ana Jansen, em frente ao prédio do Sistema Mirante, no bairro do São Francisco, e se estendeu até o Retorno da Cohama, às 22h30.
Participaram da reconstituição aproximadamente 70 agentes das forças de segurança, entre profissionais da Delegacia Geral da Polícia Civil, da Superintendência de Investigação Criminal (Seic), das superintendências da Capital (SPCC) e do Interior (SPCI), do Grupo de Resposta Tática (GRT), do Comando de Operações Especiais (COE) do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Peritos Criminais e policiais do Grupo Tático Aéreo (GTA).
Acompanharam ainda as ações a delegada geral e o subdelegado geral da Polícia Civil do Maranhão, Maria Cristina de Meneses e Marcos Affonso Júnior, além da comissão oficial composta por seis delegados responsáveis pelas investigações sobre o caso. O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) deram suporte durante todo o período dos trabalhos.
Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, o executor do jornalista, segundo as investigações, participou de toda a reconstituição do crime. Ele refez, ao lado dos policiais e peritos, todos os passos e ações realizadas no dia do crime.
A remontagem das cenas e as circunstâncias que envolveram os momentos preliminares do ato delituoso, a ação criminosa que vitimou o jornalista, bem como a fuga do executor, foram examinadas minuciosamente pelos peritos criminais da Superintendência de Polícia Técnica Científica (SPTC).
“Não existem dúvidas sobre a autoria do crime. A reconstituição serve como prova complementar cabal àquelas já apuradas durante as investigações. É a materialização das circunstâncias do crime que se somam às evidências testemunhais e materiais já colhidas pela Polícia”, disse a delegada geral, Maria Cristina.

Reconstituição
A reconstituição se iniciou em frente ao Sistema Mirante, seguiu até um quiosque na Praia da Ponta d’Areia, onde Jonathan teria se encontrado com seu comparsa, e se estendeu até o sítio de José Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”, de 38 anos, um dos suspeitos de ser mandante do crime, localizado na Rua 6, Residencial Verde Mar, no Bairro Pirâmide-Raposa.
De lá, os policiais retornaram para o Sistema Mirante e deram prosseguimento aos trabalhos, percorrendo todo o trajeto apontado pelo matador até o local do crime no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, posteriormente às dunas da praia por onde ele se evadiu e, por fim, até o retorno da Cohama onde, segundo relatado em depoimento, Jonathan teria solicitado a corrida de um táxi com destino a um sítio no povoado Miritiua.
O subdelegado geral Marcos Affonso comentou que a encenação do crime serve também para determinar o tempo gasto para execução, a distância, a localidade exata da ação e o percurso percorrido por Jhonatan até o momento do homicídio e sua consequente fuga do local.
O relatório contendo a conclusão da reconstituição, emitido pelo Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim), será anexado junto ao inquérito policial, que depois de concluído, deverá ser encaminhado ao Poder Judiciário.

Prisão
Jhonatan de Sousa Silva, executor confesso do jornalista Décio Sá, foi preso no dia 5 de junho em uma residência na Rua General Artur Carvalho, no Bairro do Turu, durante investigações da Seic. Portava 10 quilos de crack prontos para serem distribuídos e comercializados, além de duas armas, sendo uma escopeta calibre 12 e uma pistola ponto 40, e outros materiais.
Ele é natural da cidade de Xinguara, no Pará, e responsável pela autoria de pelo menos outros 20 crimes. O criminoso responde, também, por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma de uso restrito.
Foram presos na Operação Detonando, além de Jhonatan de Sousa Silva; José de Alencar Miranda Carvalho, 72; Gláucio Alencar Pontes Carvalho, 34, filho de José de Alencar; Airton Martins Monroe, 24; José Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”, 38 anos; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o “Buchecha”, 32 anos; e o capitão da Polícia Militar Fábio Aurélio Saraiva Silva.