Kits de captura de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue e transmitem a raiva animal, estão sendo entregues aos gestores de saúde dos 17 municípios da unidade regional de Pinheiro. Os primeiros equipamentos individuais foram repassados, na terça-feira (25), pelo secretário adjunto de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Alberto Carneiro, durante encontro com técnicos na unidade regional de saúde.
“Estão sendo registrados alguns casos de ataques de morcegos em herbívoros e, em parceira com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged), estamos monitorando e capacitando técnicos para a captura”, explicou Alberto Carneiro. Ele disse que o Brasil tem o compromisso de até 2015 erradicar a raiva humana em variante canina e controlar a raiva dos herbívoros.
“Como o morcego continua voando livremente na América Latina e registramos alguns casos de ataque a bovinos e equinos, estamos distribuindo kits de captura para os municípios que já estão com técnicos qualificados para o trabalho de captura. Estamos entregando para seis municípios da regional de Pinheiro e, a partir do momento que os demais técnicos forem capacitados, a regional de saúde repassará os equipamentos para captura”, explicou o secretário adjunto.
Ano passado foram registrados óbitos por casos de raiva canina em Humberto de Campos, São José de Ribamar e Mirinzal. Alberto Carneiro enfatizou que a única forma de quebrar o ciclo da doença é por meio da vacinação de cães e gatos. “O Ministério da Saúde e o Governo do Estado têm investido muito em prevenção e repassado para todos os 217 municípios maranhenses as vacinas e insumos para que a população de cães e gatos seja imunizada. O que percebemos é que alguns municípios estão deixando de mobilizar a população e deixando de vacinar”, constatou.
Foram convidados para o encontro e discutir o quadro epidemiológico da raiva em herbívoros e canina os gestores de saúde dos municípios de Pinheiro, Santa Helena, Turilândia, Turiaçu, Presidente Sarney, Pedro do Rosário, Central, Guimarães, Mirinzal, Cururupu, Serrano do Maranhão, Bacuri, Apicum-Açu, Cedral, Porto Rico, Bequimão e Peri-Mirim. Também esteve presente o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), João Batista da Silva Filho.
A diretora de Defesa e Inspeção Sanitária Animal da Aged, Margarida Prazeres, disse que este ano estão oficialmente confirmados três casos de ataques de morcegos em equinos em Central, um em Guimarães (bovino) e outro em Mirinzal (bovino). “Temos que unir esforços e buscar a parceria dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para informar nos povoados sobre a vacinação de cães e gatos. Já estamos providenciando curso para os técnicos municipais ainda não capacitados e montando estratégias de captura de morcegos”, adiantou.
O kit individual é formado por mochilas, gaiolas, luvas, lanternas, jaquetas, camisas, redes de neblina, cantis, garrafas térmicas, lanternas e outros itens necessários para captura e encaminhamentos dos animais para São Luís. “O ataque de morcego hematófago em humano é fatal, se não for medicado em até 72 horas. Precisamos fazer um levantamento minucioso nesta região dos ataques de animais peçonhentos e nos empenhar ainda mais no combate e controle da raiva”, justificou o chefe do Departamento de Controle de Zoonose da SES, Salim Jorge Waquim. (Concita Torres - Secom)
Publicado em Geral na Edição Nº 14964
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