São Luís - O Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPSad) e as Secretarias de Estado de Saúde (SES) e de Segurança Pública (SSP) realizaram, nessa quinta-feira (26), uma ação social voltada para a reabilitação de usuários de drogas presentes na Avenida Projetada, localizada no Bairro João Paulo, em São Luís. Esta via ficou conhecida como Cracôlandia, devido a presença recorrente de usuários na área.
A ação consiste em disponibilizar apoio psicológico, psiquiátrico e terapêutico a dependentes químicos de crack e outras drogas. Ocorreu por volta das 9h, com a chegada no local de viaturas e agentes da Polícia Civil, lotados no 1º Distrito de Polícia da Capital, e do Centro de Defesa Social (Cides), ligado a Superintendência de Polícia da capital. Cerca de 30 usuários, entre homens e mulheres, foram convidados e aceitaram serem conduzidos em um micro-ônibus até o CAPSad (Rua Conde D’Eu, no Bairro do Monte Castelo).
De acordo com o delegado Joviano Furtado, titular da Cides, que coordenou a operação, esta é a terceira ação realizada na área da “Cracolândia”. As duas anteriores aconteceram em junho e outubro do ano passado.
“Os usuários desejam ajuda para que possam se livrar do vício. No entanto, aqueles que oferecem resistência são avisados de que o uso ou porte de entorpecentes é crime passível de prisão e que pode ser lavrado um ato de infração neste caso”, explicou o delegado que aposta na eficiência de uma ação conjunta entre forças policiais, profissionais de saúde e assistentes sociais como a medida mais competente para resolver o problema.
Tratamento
Na sede do CAPSad, os usuários foram recebidos por uma equipe multiprofissional formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, e um agente redutor de danos. Este último atuará diretamente no acompanhamento das atividades na Cracolândia.
De acordo com Marcelo Costa, diretor do CAPs, o tratamento baseado em apoio psicológico também conta com apoio médico para que se possa dar início a uma avaliação geral do estado físico, nutricional e de saúde dos pacientes. O trabalho dispensado a eles é precedido por cuidados básicos que passam por três fases iniciais: higienização (banho e higiene corporal), alimentação e, em casos específicos, encaminhamento para unidade de saúde de apoio, caso necessário.
“Nós do CAPSad contamos, ainda, com um suporte do Hospital Nina Rodrigues, que destina leitos para usuários que chegam aqui em processo psicótico ou que entram na fase de abstinência durante sua estada aqui”, explicou.
CAPSad
Com uma política voltada à preservação da idoneidade física e moral dos pacientes, o CAPSad é um serviço da Rede Estadual de Saúde que tem como princípio a reinserção social de pessoas com problemas decorrentes do uso ou abuso de álcool e outras drogas. A metodologia consiste em criar condições médicas e sociais, dentro da sociedade e sem isolamentos, para que o usuário encontre condições de vencer seus problemas com o uso de álcool de outras drogas, explicou a assessora técnica do Departamento de Atenção a Saúde Mental (SES), Janeth Valouis.
Ela, também, enfatizou que o centro encontra-se à disposição de todas as pessoas que precisarem de apoio psicossocial ou que se encontram em situação vulnerável a risco, relacionando ao uso de álcool e outras drogas.
“Desde 2006, quando a se implantou os CAPS, este tipo de serviço vem se tornando cada vez mais procurado devido a intensificação de motivos, como o desemprego a competitividade e outros “problemas” que acarretam a ida do indivíduo pelo caminho do álcool e das drogas. Ambientes acessíveis e podem ser procurados a qualquer momento”, disse.
À disposição da população em São Luís, existem duas unidades estaduais do CAPS (um CAPSad e outro CAPSIII), que funcionam das 8h às 17h, às segundas, quartas e sextas-feiras, sábados e domingos. O horário de atendimento é estendido até 19h às terças e quintas-feiras. (Walber Oliveira)
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