Sob o slogan “Todos juntos contra o Trabalho Infantil”, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por intermédio da Coordenação Estadual de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, está executando a Campanha de Combate ao Trabalho Infantil no Maranhão. As ações têm por objetivo mobilizar a opinião pública sobre os prejuízos causados pelo trabalho infantil, particularmente no período da Copa do Mundo de 2014.
Antecipando o dia 12 de junho, data emblemática de luta pelos direitos de crianças e adolescentes e contra o trabalho infantil, diversas atividades já foram realizadas tanto na capital quanto no interior do estado desde o lançamento da campanha, ocorrido, dia 7, no Parque do Bom Menino. As ações baseiam-se em mobilizações sociais que despertem o senso crítico da sociedade civil organizada para a discussão do tema.
A coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-MA), Adelany França, participou do lançamento da campanha que seguiu o calendário nacional. “Com o cata-vento de cinco pontas coloridas (azul, vermelha, verde, amarela e laranja), ícone da luta contra o trabalho infantil, e atividades desportivas e recreativas, estamos direcionando o olhar das instituições de defesa do direito das crianças para o período que se aproxima, a Copa do Mundo, e despertando a sociedade civil para a problemática do trabalho infantil”, diz ela.
Estiveram presentes ao lançamento da campanha representantes do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil do Maranhão (Fepetima), Prefeituras Municipais de São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar, educadores, crianças e adolescentes atendidas pelos núcleos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) dos quatro municípios da grande São Luís.
Após o lançamento na capital, a equipe e toda coordenação da campanha se deslocaram para o município de Barreirinhas, segunda cidade a contar com as atividades da campanha. Durante toda a segunda-feira passada, por meio de mobilizações organizadas, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Barreirinhas, os participantes deram “cartão vermelho” aos maus tratos e a violência sofrida por crianças no Brasil e no mundo. Também foi realizado em Barreirinhas o I Seminário Regional de Saúde do Trabalhador, com uma extensa programação.
“Nosso seminário contou com palestras das médicas do trabalho, Bernadete Brito e Maria do Socorro Castro e tivemos como atividade um grande abraço simbólico nas praças da Igreja Matriz e do Trabalhador para marcar nossa mobilização social”, informou a coordenadora.
Perfil da Exploração
De acordo com informações repassadas por Adelany França, mesmo com desenvolvimento de campanhas e muitas mobilizações em torno da questão, o trabalho infantil ainda persiste fortemente no Brasil e no mundo. Segundo ela, dados apurados apontam lenta redução do TI no Brasil.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílios (PNAD/IBGE), em 2012 havia 3,5 milhões de trabalhadores de 5 a 17 anos (8,3%), contra 3,7 milhões (8,6%), em 2011. A redução foi de apenas 156 mil, considerada lenta pelas instituições que integram os fóruns Nacional e Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
O perfil das crianças e adolescentes exploradas em regime de trabalho infantil no Brasil, elaborado pelo Fórum Nacional com base nos dados da PNAD/IBGE, indicam que a maioria são meninos: 66,5% entre 16 e 17 anos; 60% destes com idade entre 10 e 13 anos trabalham na atividade agrícola; com uma média de 27,5 horas trabalhadas, obtendo um rendimento médio mensal de R$ 387,00.
A campanha também terá apoio das redes sociais, onde o internauta poderá acompanhar as mobilizações, postar e divulgar informações e ajudar a dar um “cartão vermelho” para o trabalho infantil no Brasil e no mundo. (Walber Oliveira)
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