Os animais de aproximadamente 400 propriedades rurais maranhenses - das 81.555 existentes - não serão vacinados durante esta I Etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, que foi iniciada no dia 1º e prossegue até o dia 30 deste mês. O rebanho dessas propriedades não será vacinado porque foi selecionado para participar do inquérito soroepidemiológico, que tem como objetivo constatar a inexistência da circulação do vírus da aftosa, uma das exigências estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o Maranhão seja classificado no segundo semestre deste ano, como Zona Livre de Febre Aftosa.
A sorologia está acontecendo em 146 municípios maranhenses. O trabalho é realizado por 36 equipes formadas por médicos veterinários, técnicos agrícolas e coordenadores regionais da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), que já visitaram as propriedades que estão participando do processo.
A previsão é de que até o fim deste mês seja iniciada a coleta de sangue dos animais com idade entre 6 e 24 meses. O diretor geral da Aged, Fernando Lima, explicou que os criadores que necessitarem movimentar seus animais que não foram selecionados para a coleta das amostras de sangue, devem solicitar autorização no escritório da Aged para a compra da vacina.
“Todos os animais da propriedade não serão vacinados nesta I etapa da campanha, mas se o criador precisar movimentar um dos animais da sua fazenda, para abate ou outros objetivos, é necessário que o animal seja vacinado”, explicou Fernando Lima.
No caso da regional de Bacabal, que possui nove municípios com atuação do escritório regional da Aged - sediado no município - 23 propriedades localizadas em sete municípios participam do inquérito soroepidemiológico.
Lançamento
O secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Cláudio Azevedo, e o diretor geral da Aged, Fernando Lima, estiveram no sábado (2), em Bacabal, lançando a I Etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa na região do Médio Mearim.
Também participaram do lançamento o presidente da Associação dos Criadores do Maranhão (Ascem), José Assub Neto, o deputado federal Alberto Filho, o superintendente Federal da Agricultura, Antônio José dos Santos, o secretário adjunto da Sagrima Raimundo Coelho de Sousa, além de empresários rurais, presidentes de sindicatos rurais e criadores da região.
O rebanho de bovinos e bubalinos do Médio Mearim é de 537.903 animais. “É importante que o criador faça seu papel e vacine seus animais. Precisamos manter os resultados positivos alcançados até o momento, para que o Maranhão seja classificado como zona livre da doença”, afirmou Cláudio Azevedo, informando que na última campanha o Maranhão bateu o recorde no índice de cobertura vacinal e imunizou 97% do rebanho maranhense.
O superintendente Antônio José dos Santos afirmou que a expectativa do Maranhão ser classificado como zona livre já está tendo reflexos positivos para a pecuária maranhense. “Uma das maiores empresas de venda de carne do mundo, o Grupo JBS Friboi, vai exportar, via Porto do Itaqui, as vísceras brancas do boi do Maranhão, que são o estômago, intestino e com a nova classificação, eles poderão exportar, além destes produtos também a carne dos animais”, informou.
Após o café da manhã de lançamento da campanha na região do Médio Mearim, houve uma vacinação simbólica dos animais na fazenda do criador Raimundo Elias, que contou que geralmente gosta de vacinar seu gado no início da campanha e que vai começar nesta terça-feira (5) a vacinação do seu rebanho de 2.300 animais. “Eu tenho fazenda aqui em Bacabal, Vitorino Freire e Paulo Ramos e espero concluir a vacinação até o próximo sábado”, disse.
O secretário-adjunto da Sagrima, Raimundo Coelho de Sousa, que também é vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema), parceira da Sagrima e da Aged na realização da campanha, informou que serão doadas 30 mil doses de vacinas para pequenos criadores de área quilombolas e indígenas, que possuem até 15 cabeças de animais. “Por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, nós também realizaremos 40 cursos de vacinadores e de bovinocultura durante a campanha de vacinação”, explicou. (Vitória Castro)
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