Projeções indicam que, até o fim do ano, 253,4 mil pessoas deverão perder emprego no comércio varejista de todo o país

Nielmar de Oliveira / Abr 

Brasília - Projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam – em todo o país - que o nível de emprego no comércio varejista deverá cair 3,3% até o final do ano, significando um corte de cerca de 253,4 mil empregos com carteira de trabalho assinada em todo o país.
Segundo dados divulgados hoje (11) pela CNC, ao longo de 2015 o setor varejista fechou com queda de 2,3% no número de postos de trabalho, o que resultou no fechamento líquido de 179,9 mil vagas formais, “ritmo que se manteve também no acumulado dos últimos doze meses encerrados em fevereiro de 2016.”
As projeções da entidade indicam, ainda, que ao longo deste ano o volume de vendas do setor deverá recuar 8,3%, depois de ter fechado o ano passado em queda de 8,6%.
Segundo a nota da CNC, as projeções foram baseadas “no comportamento no emprego celetista do setor, a partir de dados mensais do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados} do Ministério do Trabalho e Previdência Social.” A entidade lembra, ainda, que a comércio “foi um dos últimos setores a iniciar demissões por conta da recessão.”

Ajuste
Na avaliação do economista da CNC, as projeções levam em conta “o ajuste tardio no quadro de funcionários do varejo, associado à intensificação da retração das vendas em 2016, o que deverá levar o varejo a registrar queda no número de trabalhadores pelo segundo ano seguido.”
As informações da confederação ressaltam que, “apesar da nítida perda de ritmo de atividade, a redução do número de empregados no varejo em relação ao mesmo período do ano anterior se deu somente a partir de agosto de 2015, quando as vendas já acumulavam recuo de 5,2% no mesmo intervalo de 12 meses.”
“Naquela ocasião, apenas três dos 25 subsetores da economia ainda registravam variações positivas no número de trabalhadores ocupados no intervalo de um ano: serviços de alojamento e alimentação (+0,1%), serviços médicos, odontológicos e veterinários (+3,7%) e atividades de ensino (+1,3%)”. No mesmo período, ressalta a entidade, contabilizando todos os subsetores, o emprego celetista já acusava retração anual de 2,3%.
O quadro, de acordo com a CNC, considerando o mesmo período (janeiro-agosto de 2015), era mais grave nas lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, onde o emprego já havia encolhido 15,2%. “Esse segmento do varejo não especializado é formado, principalmente, por lojas de utilidades domésticas, eletroeletrônicos, brinquedos e joalherias”, finalizou a nota da entidade.