A extração de minério de ferro, pressionada pelo aumento generalizado do preço do aço no mercado mundial, exerceu forte pressão sobre o custo do produto nas portas das fábricas e fez o Índice de Preços ao Produtor (IPP) fechar outubro com alta de 1,79% em relação a setembro. É a maior variação positiva nessa base de comparação desde os 2,99% de setembro de 2015.
As informações foram divulgadas ontem (29), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, com a alta de outubro, o IPP fecha os primeiros 10 meses do ano com alta acumulada de 2,27%, comparativamente aos 10 primeiros meses de 2016. Em setembro, a alta acumulada no ano era de 0,47%.
Em outubro, os preços das indústrias extrativas e de transformação tiveram variações positivas em 19 das 24 atividades. O Índice de Preços ao Produtor mede a evolução dos preços de produtos na porta de fábrica, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).

Variações atingem atividades industriais
Segundo o IBGE, as quatro maiores variações foram observadas entre atividades industriais de extrativas, com alta de 9,41%, outros produtos químicos (4,23%), refino de petróleo e produtos de álcool (3,21%) e metalurgia (2,82%). No ano, o setor de extrativa acumula alta de 10,17% e tem também a maior variação em 12 meses: 34,66%.
Já em termos de influência, na comparação entre outubro e setembro deste ano, os destaques foram para outros produtos químicos, setor que respondeu por 0,39 ponto percentual na formação da taxa global; refino de petróleo e produtos de álcool (0,35 ponto percentual); indústrias extrativas (0,34 ponto percentual); e metalurgia (0,22 ponto percentual).
O analista do IBGE Manoel Campos ressalta que, embora a indústria alimentícia tenha apresentado variação positiva de 0,86% na comparação entre outubro e setembro, o setor acumula queda de 7,45% no ano e de -7,04 em 12 meses.
O destaque dado à indústria alimentícia se deu em razão de que “todos os anos, os resultados dos alimentos costumam ser positivos, mas esse ano o setor acumula variação negativa, o que segura os preços dos bens de consumo semiduráveis e não duráveis”. (Agência Brasil)