Com a finalidade de concluir as obras do Centro de Hemodiálise de Chapadinha, o juiz da 1ª Vara da Comarca de Chapadinha, Guilherme Valente Sousa Amorim de Sousa, determinou o sequestro de R$ 1,10 milhão das contas do governo do Maranhão. A decisão é consequência do governo não ter cumprido decisão judicial anterior que determinava a conclusão da obra e o pleno funcionamento do ambiente hospitalar.
Desde 30 de janeiro que já há uma decisão determinando a conclusão das obras, e como esta não foi não cumprida por parte do governo Flávio Dino, em maio aconteceu o sequestro, mas somente agora veio a público com a divulgação por parte da Rede Globo.
Apesar do aporte de recursos federais através de convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e mesmo com o governo do Maranhão tendo garantido R$ 2,41 milhões, as obras não foram reiniciadas.
Em seu despacho, o juiz Guilherme Valente, ao afirmar que são constatados "transtornos absurdos que os pacientes de hemodiálise residentes no município de Chapadinha e entorno têm tido que enfrentar para o tratamento de sua moléstia, viajando três vezes por semana para São Luís, de forma precária, em virtude da ausência de estrutura e equipamentos, o que viola a tutela do mínimo existencial, e, em última análise, a dignidade humana dessas pessoas", promove grave constatação de que as coisas não funcionam bem na saúde do governo Flávio Dino. Por sua vez, em nota encaminhada à Imprensa a Secretaria de Estado da Saúde (SES) acentua "que se manifestará apenas após intimação oficial da decisão, o que ainda não ocorreu".
Viagens e morte
De há muito, uma sequência de reportagens, inclusive a nível nacional, mostra a penúria de pacientes do interior do Maranhão, que necessitam, por falta de atendimento em suas cidades, se deslocarem para São Luís em busca dos procedimentos na hemodiálise. Essa difícil situação culminou no início do ano, dia 26 de janeiro com a morte do aposentado Raimundo Borges, no Hospital Clementino Moura (Socorrão 2), em São Luís. Morador de Pinheiro desde 2017, ele viajava em busca de tratamento. Quem mora em Chapadinha, precisa viajar quinhentos quilômetros, o que levou algumas famílias, mesmo sem condição financeira, a se mudarem para São Luís.
A reportagem apurou que além de Chapadinha, o município de Pinheiro deveria ter um centro de tratamento de hemodiálise, cuja previsão de entrega da obra em 2015 se perdeu no tempo.
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