A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para combater desvio de recursos em programas de incentivo à pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Batizada de Operação PhD, a ação envolveu cerca de 70 policiais que cumpriram dezoito mandados judiciais, incluindo seis de prisão, em três municípios gaúchos: Porto Alegre, Canoas e Pelotas.
Segundo a PF, os envolvidos incluíam, de forma fraudulenta, pessoas sem vínculo com a universidade para recebimento de bolsas de doutorado. Os valores das bolsas chegavam a R$ 6,2 mil e eram repassados aos coordenadores dos programas. Também havia pagamento indevido de diárias e de RPAs (recibos de pagamento autônomos). A investigação chegou a identificar um caso em que um aluno recebeu o título de mestre sem ter frequentado o curso.
A PF disse ainda que a associação criminosa atuava na coordenação de projetos relacionados à área de Educação em Saúde da UFRGS. Os desvios foram identificados, especialmente, no Programa de Extensão em Saúde Coletiva (PESC) e no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCOL).
Os projetos sob investigação totalizam R$ 99 milhões, dos quais pelo menos R$ 5,8 milhões foram desviados, segundo a PF. Os crimes identificados na Operação PhD são associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação. (Agência Brasil)