A pobreza entre a população urbana da Argentina chegou a 27,3% no primeiro semestre deste ano, uma alta de 1,6 ponto percentual em relação à segunda metade de 2017. Os dados foram divulgados ontem (27) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
No relatório, o órgão também afirma que o índice de indigência no período foi de 4,9%, 0,1 ponto percentual a mais. O aumento das taxas está relacionado à crise econômica enfrentada pelo país, agravada pela abrupta desvalorização do peso argentino em relação ao dólar, que começou em abril, e pela alta da inflação.
No relatório, o Indec aponta que 7,58 milhões de argentinos viviam abaixo da linha da pobreza e outros 1,35 milhões abaixo da linha de indigência nos 31 centros urbanos mais populosos do país.
O documento publicado hoje é o quinto realizado pelo Indec desde que o presidente do país, Mauricio Macri, chegou ao poder no fim de 2015. Além disso, esta é a primeira vez nos últimos três anos que o instituto registra uma alta nos dois índices.
O Indec não divulgou dados oficiais sobre pobreza e indigência nos últimos três anos do governo da ex-presidente Cristina Kirchner.
O crescimento da pobreza na primeira metade do ano coincide com uma aceleração da alta da inflação, o que incide diretamente sobre o custo da cesta básica de alimentos e serviços, o parâmetro para calcular os índices de pobreza e indigência.
Macri, que prometeu erradicar a pobreza na Argentina, deve conceder entrevista sobre os dados divulgados hoje. Em agosto, o presidente já tinha antecipado que haveria alta nos índices como consequência da desvalorização do peso e seu impacto nos preços.
”Infelizmente, com essa desvalorização que tivemos, houve um impacto na inflação. A inflação é o maior gerador de pobreza, veremos que parte que tínhamos conquistado na redução da pobreza vai se perder”, reconheceu na época o presidente. (Agência Brasil)
Publicado em Geral na Edição Nº 16225
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