O pesquisador Bruno Vaz, do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBREF/GV), acredita que a Reforma Trabalhista irá beneficiar mulheres no mercado de trabalho, pela flexibilidade de horários propostos no texto. A afirmação foi feita em palestra nessa quinta-feira (28), durante o "Seminário Nacional Reforma Trabalhista | Desafios - Resistência", realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Asseio e Conservação (CONASCON), em Brasília (DF).
O pesquisador afirma ainda que a mulher de baixa renda que é mãe hoje não consegue fazer uma jornada de 40 horas semanais de trabalho, pois a maioria das creches públicas só funciona meio período. "Por não ter condições de deixar alguém cuidando do seu filho, ela não consegue ter tempo para trabalhar. A partir do momento que puder exercer uma jornada mais flexível e sem comprometer o empregador na Justiça do Trabalho, essa mãe muda sua perspectiva e ela consegue se inserir no mercado de trabalho", afirmou Vaz.
Para Moacyr Pereira, presidente da CONASCON, a realidade não é tão simples assim. O dirigente afirma que outras questões devem ser levadas em conta, como lactantes amamentando em locais insalubres e redução do tempo de licença maternidade. "Gerar empregos precários é prejudicial para toda a cadeia produtiva e expõe a trabalhadora a riscos de saúde. Por que não qualificá-la e oferecer outros benefícios, como creche dentro das fábricas? Em países desenvolvidos e que respeitam a legislação, a prática é comum", afirma. Para ele, o caminho é inverso, deve-se cobrar mais responsabilidade social do governo. "Devemos é pressionar nossos representantes para que as creches atendam crianças em tempo integral, como já ocorre em várias cidades do país", pontuou Moacyr.
Comentários