A questão preocupa mais do que as drogas, a violência e os problemas relacionados à saúde. Cresce também a preocupação com a crise econômica e seus reflexos na inflação e no desemprego, segundo pesquisa da CNI. Melhorar os serviços de saúde continua no topo da lista das prioridades
O brasileiro está cada vez mais preocupado com a corrupção e com os impactos da crise econômica, aponta a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Problemas e Prioridades para 2016, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nessa terça-feira (26). De acordo com o levantamento, 65% das pessoas consideram a corrupção o principal problema do Brasil. O item aparece em primeiro lugar na lista dos problemas extremamente graves de 2015 - era possível citar mais de um. Em 2014, ocupava a 3ª posição, e em 2012, a 4ª.
As drogas e a violência aparecem em 2º e 3º lugar entre os problemas extremamente graves, citados por 61% e 57%, respectivamente. A lentidão/impunidade também cresceu no ranking e passou do 6º para o 4º lugar de 2014 para 2015. A saúde veio em 5º. O Ibope Inteligência, a pedido da CNI, entrevistou 2.002 pessoas, em 143 municípios, entre os dias 4 e 7 de dezembro de 2015.
Preocupada com a crise econômica, a população também passou a se incomodar mais com a inflação e com o desemprego. A inflação, que chegou a ocupar a 16ª posição entre os principais problemas em 2012, há dois anos vem preocupando os brasileiros com mais intensidade. Em 2014, foi o 5º principal, e em 2015, o 6º. O percentual de brasileiros que citou a inflação como um problema extremamente grave cresceu de 29%, há três anos, para 46%. Já o desemprego passou de 11º lugar em 2014 para 6º no ano seguinte, empatado com a inflação. Em apenas um ano, saltou de 32% para 46% o número dos que o colocaram como um problema extremamente grave.
Prioridades - A CNI também perguntou aos entrevistados quais devem ser as prioridades para o governo em 2016. Há dois anos controlar a inflação surge como a segunda principal prioridade para o ano. Fica atrás apenas da necessidade de melhorar os serviços de saúde, que aparece no topo das prioridades desde 2013. A novidade foi o combate à corrupção, que passou de 5º lugar em 2015 para 3º. Empatado em terceira posição, surge a promoção da geração de empregos.
Problemas e prioridades variam de acordo com a renda - Para os entrevistados de renda familiar mais baixa, o desemprego e a pobreza são problemas mais preocupantes do que para os demais. No grupo de pessoas de faixa de renda familiar mais alta - acima de cinco salários mínimos -, o desemprego aparece como 10º principal problema. Já entre os que recebem até um salário mínimo, aparece na 4ª posição do ranking.
O mesmo acontece com a pobreza, que surge em 12º lugar entre os que ganham mais e em 7º entre os que estão na faixa de renda mais baixa. Por outro lado, os impostos elevados ocupam a 6ª posição entre os que ganham mais e caem para a 10ª quando se analisa o grupo que possui renda familiar de até um salário mínimo. 

Principais problemas do Brasil

1º    Corrupção (citada por 65% dos entrevistados) 
2º    Drogas (61%)
3º    Violência (57%)
4º    Lentidão da Justiça/impunidade (51%)
5º    Saúde (50%)
6º    Inflação (46%)
6º    Desemprego (46%)
7º    Impostos elevados (45%)
8º    Desmatamento das florestas (42%)
9º    Pobreza (41%)

Prioridades para 2016

1ª    Melhorar os serviços de saúde (36%)
2ª    Controlar a inflação (31%)
3ª    Combater a corrupção (26%)
3ª    Promover a geração de empregos (26%)    
5ª    Melhorar a qualidade da educação (23%)
6ª    Combater a violência e a criminalidade (22%) 
6ª    Reduzir os impostos (22%)
8ª    Aumentar o salário mínimo (21%)
9ª    Aumentar o combate às drogas (15%)    
9ª    Reduzir os gastos públicos (15%)