Muita gente que se considera cristã, mas não é, seja por não aceitar Jesus como seu Salvador ou até mesmo acreditar que suas obras sejam boas o suficiente para ser salvo. Entre estes, podemos destacar os que acreditam que a vida é um carma, que se reencarna para pagar os pecados (erros) de outras vidas. Isso parece explicar bem o sofrimento. Parece! Esses até têm livro que se intitulam “evangelho”, mas não é o Novo Testamento, que contém os ensinamentos de Cristo e a formação das primeiras comunidades (ekklesia, do grego que virou igreja). Observe que muitos protestantes e evangélicos apontam defeitos na Igreja Católica, exceto no Novo Testamento.
O sofrimento é consequência do pecado original, fomos expulsos do paraíso, apesar do alerta de Deus, nossos pais originais comeram do fruto proibido que nos trouxe a morte. Apesar de bem explicado no Gênesis, muitos não querem entender, a ponto do Catecismo da Igreja Católica, no § 164, fazer o alerta: o mundo em que vivemos muitas vezes parece estar bem longe daquilo que a fé nos assegura; as experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte parecem contradizer a Boa Nova; podem abalar a fé e tornar-se para ela uma tentação.
Já no § 1066, sobre a Unção dos Enfermos, nos mostra uma nova dimensão: o sofrimento, sequela do pecado original, recebe um sentido novo: torna-se participação na obra salvífica de Jesus. 
Assim como os judeus, muitas religiões consideram que o sofrimento é consequência do pecado próprio, ou dos pais, ou do próprio em outra vida. Porém, vemos em Mateus (16,21-27): Jesus disse a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia. Pedro disse: Que Deus não permita isto! Mas Jesus disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens! Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras.
Aposto que não prestou atenção nisso: “Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”, pois muitos ensinam uma doutrina diferente desta, e de onde parte? Dos homens, de Satanás! 
E Jesus ainda falou, conforme João 9,1-3: viu Jesus um cego de nascença, e seus discípulos indagaram: Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus. E o curou! 
E veja o que Jesus falou a um criminoso que era punido com morte, conforme Lucas 23, 39-43: um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós! Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino! Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.
Jesus falou-lhe “hoje”, não amanhã! Não no julgamento! Não depois de mil anos no purgatório! Hoje! E já era o fim do dia. 

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.