Mutirão ‘Mais IDH’ integra o Plano de Ações do Estado para erradicar a extrema pobreza no Maranhão

Em Amapá do Maranhão a população enfrenta o problema da falta d’água com frequência. No município, só 27,16% da população tem banheiro e água encanada. Dona Albertina Sousa mora em um povoado a 18 km da cidade e aos 75 anos vive uma rotina pesada. Durante toda a vida ela teve que carregar água em baldes para fazer os trabalhos domésticos, tomar banho e beber.
A lavradora aposentada lembra que apenas em algumas épocas do ano os moradores podem usufruir de água na torneira. Durante a maior parte do tempo, o líquido tem que ser buscado distante de casa. “Só tem água no poço, não tem nas torneiras, e antes a gente tinha que pegar água lá na sede do município”, diz dona Albertina.
Esta é a realidade de milhares de maranhenses que não têm acesso a um serviço básico, o abastecimento de água. O Plano de Ações ‘Mais IDH’ inclui medidas de curto, médio e longo prazo para solucionar problemas históricos dos 30 municípios maranhenses com os piores índices de desenvolvimento, que estiveram abandonados durante anos pelo poder público estadual. Entre as ações para a mudança dessa realidade está a ampliação e instalação do sistema de abastecimento de água tratada.
“Como nós sabemos, o ‘Mais IDH’ foi criado para fazer o mapeamento e o levantamento de 30 municípios mais carentes e mais necessitados do Maranhão, com isso o governador Flávio Dino teve a preocupação de estabelecer o Mutirão ‘Mais IDH’, que é justamente para facilitar o acesso e dar condições de cidadania para essas pessoas que mais precisam. A partir do momento que você tem os documentos, você é reconhecido como cidadão”, explica o chefe de execução da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Luís Carlos Santos.
Neste primeiro momento, estão sendo levados serviços de saúde e cidadania para esses municípios através do Mutirão ‘Mais IDH’. Além da importância dos serviços oferecidos, que serão necessários para as próximas etapas do Plano de Ação, o Mutirão ‘Mais IDH’ também está superando a dificuldade de acesso, que muitas vezes isola as comunidades.
Morador de Amapá do Maranhão, Jovenil de Carvalho tem 35 anos e o único documento que tinha era a certidão de nascimento, o lavrador destaca a importância dos serviços. “A gente precisa dos documentos, na hora de uma viagem, na hora de um aperreio, tem que ter o documento. Para a gente se tratar num hospital, só o registro não dá, tem que ter a identidade e o CPF. A pessoa sem documento não vale nada”, relatou.
A carteira de trabalho também é valiosa para pessoas como Ana Alice da Conceição, 17 anos, que sonha em ter um emprego com carteira assinada. “É muito importante tirarmos os documentos, isso é muito valioso, ter a carteira de trabalho no momento em que a gente for arrumar emprego, é importante, é uma necessidade”, destaca a jovem.
O Mutirão ‘Mais IDH’ busca atender o maior número de pessoas por dia para beneficiar esta parcela da sociedade que tanto precisa dos serviços públicos gratuitos e de qualidade.