Ministério Público Federal pede reforço policial na Terra Indígena Awá-Guajá que volta a ser alvo da invasão de fazendeiros. O território indígena foi demarcado em 2005 e abrange áreas de cinco municípios do oeste maranhense.

O requerimento à Justiça Federal, em caráter de urgência, pede o deslocamento imediato da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para a região, a fim de evitar possível invasão por não índios.
O MPF quer, ainda, a permanência da força policial na localidade enquanto durar a ameaça de reocupação da área indígena. Os Awá-Guajá denunciam que antigos moradores, retirados da região em 2014, têm organizado encontros para voltar a ocupar o local.
Gilderlan Rodrigues, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão, disse que fazendeiros estão colocando gado dentro da terra indígena.
O secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão, Francisco Gonçalves, afirma que o governo estadual comunicou a gravidade da situação e pediu providências ao governo federal. Para o secretário, a ação ocorre no momento em que o governo federal decidiu mudar a política indigenista.
O Cimi também denuncia a invasão de madeireiros e o loteamento de outra terra indígena no sul maranhense, conforme explica Gilderlan Rodrigues. No início deste mês, parte das atribuições da Funai foi transferida para o Ministério da Agricultura, entre elas a identificação, delimitação e demarcação de terras indígenas e quilombolas.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nega que a inclusão da demarcação de terras indígenas para o rol de atribuições da pasta resultará na diminuição de terras demarcadas. (Renata Martins)