São Luís - Em reunião realizada nessa terça-feira (17), em Brasília, o ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro, confirmou agenda de auditoria e sorologia necessárias para análise que declarará os estados do Maranhão, Pará e Piauí zonas livres de febre aftosa com vacinação.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), Cláudio Azevedo, e o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), Fernando Lima, reuniram-se na manhã dessa terça-feira (17) com o ministro. Mendes Ribeiro garantiu que o Maranhão, Piauí e Pará serão classificados como zonas livres da febre aftosa até o início do segundo semestre deste ano.
Também participaram da reunião com o ministro e o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Henrique Figueiredo Marques, os secretários estaduais de Agricultura do Piauí, Rubem Nunes Martins, e do Pará, Hildegardo de Figueiredo Nunes, que estavam acompanhados dos diretores das agências de defesa agropecuária dos dois estados.
Cláudio Azevedo, que articulou a reunião, informou que os três estados que estão pleiteando a nova classificação apresentaram a prestação de contas dos itens apontados na última auditoria realizada no ano passado pelo Mapa, quando o Maranhão obteve a maior nota de avaliação dentre os sete estados do Nordeste e mais o Leste do Pará, no que se refere à qualidade na prestação dos serviços veterinários.
Satisfeito com os resultados apresentados pelos estados do Maranhão, Piauí e Pará, o ministro Mendes Ribeiro definiu um novo cronograma de atividades que irá desencadear na nova classificação sanitária.
Cronograma
De acordo com o cronograma elaborado pelo Governo Federal, ficou definido que em fevereiro deste ano a equipe do Mapa fará nova auditoria nos 3 estados para checar os itens que deveriam ser melhorados, de acordo com a avaliação realizada no ano passado.
O diretor geral da Aged, Fernando Lima, explicou que, no caso do Maranhão, o Mapa apontou que deveriam ser melhorados o banco de dados, a renovação da frota de veículos e a reestruturação dos escritórios da Aged. Com recursos próprios e também do Mapa, por meio de convênio no valor de R$ 6,5 milhões, o governo do estado adquiriu mais de 100 veículos - entre carros de passeio, pick ups, utilitários, motos e barcos -, equipamentos de informática e mobiliários que irão equipar os escritórios da Aged.
Cláudio Azevedo ressaltou que o Maranhão vai continuar empenhado no combate à febre aftosa. “Alcançamos o melhor índice de cobertura vacinal em maio do ano passado, quando foram vacinados 96,59% do nosso rebanho, estamos reestruturando os escritórios, aprovamos o Plano de Cargos, Carreiras e Salários para 318 servidores da Aged, e trabalhamos na conclusão da informatização do banco de dados, além de outras ações que demonstram o quanto estamos lutando para que o Maranhão seja classificado como zona livre”, afirmou. “O ministério está reconhecendo o nosso trabalho e essa classificação está próxima de ser tornar uma realidade”, complementou o secretário da Sagrima.
Ainda de acordo com o cronograma definido pelos estados do Maranhão, Piauí e Pará com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na primeira quinzena de março serão sorteadas cerca de 300 propriedades para que seja realizada, entre os meses de abril e maio, a sorologia dos animais, que tem como objetivo provar a inexistência da circulação do vírus da aftosa no Maranhão.
A coleta do sangue nos animais será feita pelos técnicos da Aged, que receberão treinamento do Mapa, sobre como proceder com a coleta, armazenamento e envio do material para um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura.
A conclusão do relatório da sorologia está prevista para acontecer em meados de junho e a previsão é de que, caso seja confirmada a inexistência do vírus da aftosa no Maranhão, o estado será classificado pelo Mapa como zona livre, em julho deste ano.
Rebanho
O Maranhão possui o segundo maior rebanho de bovinos do Nordeste e o terceiro maior rebanho de búfalos do Brasil, com cerca de 7,2 milhões de bovinos e bubalinos, caracterizado por uma pecuária de corte, sendo que 90% dos bovinos pertencem à raça nelore. O gado leiteiro maranhense, tendo como principal raça a Girolando, está situado, sobretudo, na Região Tocantina.
Apesar de o Maranhão não registrar nenhum caso da doença há cerca de 10 anos, atualmente o estado só pode comercializar carne para outras regiões que possuem a mesma classificação sanitária que a sua, que é de zona de médio risco da doença, alcançada ainda no ano de 2004. Ou seja, não pode comercializar a carne para a maioria dos estados brasileiros que são situados na região Sul, Sudeste e Centro Oeste.
O secretário Cláudio Azevedo ressaltou que com o gado livre da febre aftosa serão abertas para o Estado, fronteiras nacionais e internacionais para o agronegócio. “Os criadores poderão buscar preços competitivos para sua atividade pecuária e o Maranhão vai atrair novos investidores para o setor rural”, avaliou ele. (Vitória Castro)
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