Acusado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), falou ontem (8) rapidamente sobre o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Renan informou que só vai se manifestar a respeito após deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF). Acrescentou que até lá seu “mais eloquente discurso será o silêncio”.
“Não vou falar sobre isso. Nessa questão, meu eloquente discurso é o silêncio, mas a democracia, como vocês sabem, é um conceito amplo e todas as vezes que nós, como sociedade, demos vazão ao desprezo para a democracia, nós pagamos um preço longo, doído e isso é uma coisa com a qual não podemos mais concordar”, afirmou Calheiros. “Não vou falar nada antes da decisão da Suprema Corte”, concluiu.
Renan é um dos personagens da delação de Sérgio Machado, que também implica outros peemedebistas como o senador Romero Jucá (RR), o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o ex-presidente José Sarney (AP). Todos tiveram o pedido de prisão encaminhado ao STF por tentarem obstruir as investigações da Lava Jato. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo. O caso será analisado pelo ministro do STF, Teori Zavascki.
Anteontem (7), Renan divulgou nota informando que o pedido de prisão foi “desarrazoado”, “desproporcional” e “abusivo”. Na nota, Calheiros negou que tenha agido para obstruir as investigações da Lava jato e se disse “sereno e seguro de que a nação pode seguir confiando nos poderes da República”.
“O presidente reafirma que não praticou nenhum ato concreto que pudesse ser interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça, já que nunca agiu, nem agiria, para evitar a aplicação da lei. O senador relembra que já prestou os esclarecimentos que lhe foram demandados e continua com a postura colaborativa para quaisquer novas informações”, destacou o documento divulgado pela assessoria de imprensa do senador. (Agência Brasil)
Publicado em Geral na Edição Nº 15627
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