São Luís - Apesar da estiagem que assolou o Maranhão, prejudicando não só o plantio, mas também a pecuária, o estado conseguiu atingir 96,38% de imunização do rebanho de bovinos e bubalinos durante a II Etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, realizada no período de 01 de novembro a 30 de dezembro de 2012. O anúncio do resultado da campanha foi feito na manhã dessa segunda-feira (04) pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo, durante coletiva de imprensa, realizada no gabinete do órgão.
Cláudio Azevedo ressaltou que essa foi uma das campanhas mais difíceis de ser realizada. “Mesmo com a dificuldade de manejo e para a manutenção do peso do animal, alcançamos o terceiro maior índice das campanhas oficiais, permanecendo com uma imunização acima dos 90%, dentro dos critérios exigidos pelo Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] para que o Maranhão seja classificado como Zona Livre de Febre Aftosa. Ou seja, já cumprimos com nosso dever técnico, agora dependemos do Ministério cumprir a sua e declarar o reconhecimento nacional da zona livre”, disse.
As exigências, às quais o secretário se referiu, fazem parte do Projeto de Ampliação da Zona Livre de Febre Aftosa, desenvolvido pelo Mapa, que prevê a nova classificação, em bloco, de sete estados do Nordeste e a região Leste do Pará. “Vamos solicitar audiência com o Ministério e todos os secretários de agricultura dos estados concorrentes à zona livre para tratar da classificação nacional e também da classificação internacional, junto à Organização Internacional de Episotias”, informou Cláudio Azevedo.
Vale ressaltar que em dezembro do ano passado o Mapa divulgou o resultado da sorologia realizada em 10.800 animais de aproximadamente 400 propriedades rurais, onde foi constatada a não circulação do vírus da aftosa no rebanho maranhense.
O resultado, bem como a melhor nota de avaliação das auditorias realizadas nos estados que compõem o bloco, atendendo a 89% dos itens pesquisados no serviço de atenção veterinária prestados pelos órgãos estaduais, credencia o Maranhão a receber a certificação do Mapa, que, como enfatizou Cláudio Azevedo, está dependendo da conclusão do resultado nos outros estados concorrentes, que ainda estão finalizando o processo de sorologia e estão realizando as campanhas de vacinação.
Aumento do rebanho maranhense - Outro resultado positivo ressaltado pelo secretário, durante a apresentação dos resultados da campanha à imprensa, foi o aumento do rebanho maranhense, contrariando as expectativas de perda geradas pela estiagem. “Em alguns municípios, sobretudo na fronteira com o Piauí, houve perda de muitos animais, mas foram incorporados 91.520 bovinos e bubalinos ao rebanho local, que atualmente é de 7.480.370 cabeças de animais”, informou Cláudio Azevedo, que fez questão de agradecer o empenho dos criadores.
Também estavam presentes na coletiva o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), órgão vinculado à Sagrima, Fernando Lima, o coordenador de Defesa Animal do órgão, Lauro Queiroz e o presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec) e do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Osvaldo Serra.
Fernando Lima ressaltou que a Aged traçou diversas estratégias para não prejudicar a imunização do rebanho maranhense. “Diante da estiagem e dos baixos números da campanha identificados no início, prorrogamos - autorizados pelo Mapa, o prazo por mais 30 dias para o criador vacinar seu rebanho, e por mais 20 dias para que ele comprovasse a vacinação junto aos escritórios da Aged”, destacou o diretor geral.
Os números revelados pela Aged comprovam o esforço do governo estadual em manter o excelente índice de cobertura vacinal alcançado nas últimas campanhas, que foi de 97%, um recorde em mais de dez anos de campanhas oficiais.
Cerca de 1.200 propriedades tiveram seus rebanhos vacinados de forma assistida, com a presença de fiscais da agência. Outras 148 propriedades (23% a mais que na última campanha) foram beneficiadas com mais de 40 mil doses de vacinas doadas pelo governo estadual, Fundepec e Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema) a pequenos criadores em assentamentos rurais, áreas indígenas e quilombolas e áreas de risco.
O presidente do Fundepec, Osvaldo Serra, elogiou a parceria com o governo estadual e disse que os criadores estão cada vez mais conscientes de sua participação nesse processo de atingir a nova classificação sanitária. “Os criadores contribuem com a doação ao Fundepec, realizada por meio de arrecadação na Guia de Trânsito Animal, porque acreditam no trabalho realizado pela Aged”, afirmou ele.
Abaixo o quadro demonstrativo que compara o desempenho das últimas campanhas de vacinação contra a febre aftosa no estado:
Publicado em Geral na Edição Nº 14622
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