“Melhor experiência da minha vida”, essa é a definição de Bruno da Silva Rodrigues, estudante de Letras de 22 anos, ao resumir os três meses de intercâmbio na Argentina proporcionados pelo Governo do Maranhão. Além dele, outros 69 universitários que embarcaram na última turma do Programa Cidadão do Mundo retornaram ao Maranhão nesta semana e trouxeram na bagagem fluência em uma língua estrangeira, conhecimentos e vivências sobre a cultura dos países em que estiveram, além de desenvolvimento pessoal e profissional.
“O aprendizado é indiscutível e não é só a língua que se estuda. O intercâmbio amplia a nossa visão, você conhece novas realidades e tem vontade, se sente mais motivado para mudar a sua realidade, a realidade do seu estado. Eu tenho agora o domínio da língua e me sinto mais capaz e pronto para o mercado”, conta Bruno.
Morador do bairro Cidade Operária, em São Luís, Bruno está no 9° período de Letras. Com habilitação em espanhol, o estudante já dava aulas antes da viagem para a Argentina, onde fez o intercâmbio, e participava de projetos de pesquisa na universidade. Sobre a possibilidade de fazer a viagem, ele conta que era um sonho, com remotas chances de ser realizado sem o Cidadão do Mundo.
“Meu Deus, foi inacreditável! Minha família só acreditou quando me viu no aeroporto. Se não fosse o Governo, eu não teria como ir. No máximo, e ainda assim com muita dificuldade, conseguiria passar uma semana. Nunca os três meses, fazendo um intercâmbio, estudando e com todo o apoio que tivemos lá fora”, afirma.
Compartilhar o conhecimento
Esta foi a segunda turma beneficiada com o Cidadão do Mundo. No total, 30 estudantes foram estudar espanhol na Argentina, na província de Córdoba. Os demais foram divididos entre as cidades de Halifax e Montreal no Canadá. Na primeira cidade, 30 universitários estudaram inglês e outros 10 aprimoraram o francês na segunda cidade mais populosa do país.
Agora fluente em inglês, o estudante de Direito Marcus Nogueira, que foi para o Canadá, também voltou animado da experiência do Cidadão do Mundo. O jovem fez até um vlog (disponível em instagram.com/marcus.nogueira) e registrou muito do que viu. Não apenas para si, mas para que fosse útil para outros jovens também.
“Desde lá já vim pensando no que poderia fazer, como ajudar meu estado. Ficar esse tempo longe faz a gente valorizar muito mais o que é nosso, reconhecer nossa cultura. E eu quero compartilhar todo esse meu aprendizado”, conta.
Para ele, o choque cultural foi o mais marcante e o que também desenvolveu suas potencialidades: “Vivemos com famílias tipicamente canadenses, o que nos fez aprender também fora de sala de aula e, saindo da minha zona de conforto, me descobri um explorador, estou mais maduro e experiente”
Sobre o preparo para o mercado de trabalho, o jovem conta que voltou com propostas de trabalho internacional. “Tivemos contanto com pessoas de vários países que estudavam na mesma universidade que nós maranhenses. Já tenho até proposta de trabalho no Japão, durante as próximas Olimpíadas”, diz.
Sobre o apoio do Governo do Maranhão, realizado por meio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secti), o estudante afirma que podia perceber a presença de coordenadores da Secretaria não apenas fisicamente, mas também com as atividades previamente programadas e organizadas. “Contar com esse cuidado foi muito bom. Numa terra diferente, sem a família, era a certeza que tinha alguém a quem poderíamos recorrer, que poderia nos dar apoio”, afirma.
Cidadão do Mundo
O Cidadão do Mundo é um programa do Governo do Estado voltado para jovens entre 18 e 24 anos – alunos egressos do ensino médio da rede pública de ensino ou de instituições de ensino vinculadas a entidades paraestatais ou a fundação sem fins lucrativos – que terão a oportunidade de passar três meses em outros países aprendendo o idioma local e fortalecendo os vínculos culturais com todas as despesas pagas pelo governo.
Hospedados em casas de anfitriões cadastrados, é oferecido um sistema de pensão completa, com café da manhã, almoço e jantar. Além da garantia de alimentação e estadia, os estudantes ainda têm contato com pessoas que falam a língua nativa, incentivando o uso do novo idioma e tirando possíveis dúvidas dos alunos. Durante os três meses, os alunos precisam cumprir o mínimo de 20 horas de aula por semana, ou quatro horas por dia, durante as quais fazem atividades e avaliações de desempenho.
Na primeira fase, 85 estudantes embarcaram para aprender inglês, francês e espanhol nos Estados Unidos, Canadá, França e Argentina. Já na segunda fase, cujo embarque foi no último dia 8 de abril, 70 jovens partiram do Maranhão com destino ao Canadá e a Argentina.
Um novo processo seletivo para o programa está em andamento e, na terça-feira (4), foram divulgados os nomes dos 80 intercambistas selecionados para a terceira fase do programa. Os estudantes serão contatados pela Secti nos próximos dias, quando iniciam o processo para embarque, como retirada de passaportes e vistos.
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