O Estado do Maranhão prevê um aumento de aproximadamente 50% na destinação correta das embalagens vazias de agrotóxicos, em relação ao ano passado, com uma previsão de recolher cerca de 1.100.000 quilos de embalagens até o final de 2013. O trabalho de fiscalização nas propriedades rurais e comércios e a realização de palestras sobre o uso correto e seguro dos agrotóxicos e a destinação final das embalagens vazias, realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), têm contribuído para conscientizar os produtores maranhenses sobre a importância de preservação do meio ambiente e da saúde humana.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Embalagens Vazias de Agrotóxicos (Inpev), o Maranhão ocupa a 9ª posição entre os estados brasileiros e o segundo do Nordeste que mais destinam corretamente as embalagens. O estado possui duas Centrais de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, localizadas em Balsas e Imperatriz, e um Posto de Recebimento em Anapurus.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo, informou que até o final do ano o Inpev deve iniciar a construção de mais uma Central de Recebimento em Alto Parnaíba, que está dependendo apenas do licenciamento ambiental a ser emitido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). "Também está prevista a construção de mais dois postos de recebimento na região de São João dos Patos e Presidente Dutra", acrescentou.
As Unidades de Recebimento do Inpev são classificadas em postos e centrais de recebimento. Dentre os tipos de serviços realizados pelo posto, estão o recebimento de embalagens lavadas e não lavadas; inspeção e classificação das embalagens entre lavadas e não lavadas e encaminhamento das embalagens às centrais de recebimento.
Na central é feito o recebimento de embalagens lavadas e não lavadas (de agricultores, postos e estabelecimentos comerciais licenciados); inspeção e classificação das embalagens lavadas e não lavadas, separação das embalagens por tipo (COEX, PEAD MONO, Metálica e papelão), compactação das embalagens por tipo de material e emissão de ordem de coleta para que o Inpev providencie o transporte ao destino final (reciclagem ou incineração), que no caso do Maranhão é enviada para as indústrias localizadas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), criado em dezembro de 2001, é uma entidade sem fins lucrativos criada para gerir a destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos. O Inpev, que possui 94 empresas de defensivos agrícolas e 10 entidades associadas, representa a indústria fabricante de produtos fitossanitários em sua responsabilidade de conferir a correta destinação final às embalagens vazias destes produtos utilizados na agricultura brasileira.
A responsabilidade de cada um dos envolvidos no destino final das embalagens de defensivos agrícolas consta na Lei 9.974, de 6 de junho de 2000, onde estão descritas as obrigações do agricultor, comerciante, fabricante e o poder público, responsável por fiscalizar, licenciar, educar e conscientizar o agricultor.
Desde 2010, a Aged já realizou 3.326 fiscalizações em propriedades rurais maranhenses e 4.494 fiscalizações de comércios, além do cadastro de produtos e capacitação de agricultores familiares.

Reuniões definem mais dois postos de recebimento
Para viabilizar a construção de um posto de recebimento na região dos Sertões, que será de responsabilidade das associações de revendedores de defensivos agrícolas, a coordenadora estadual de fiscalização de agrotóxicos da Aged, Filomena Matos, a chefe da unidade regional da Aged de São João dos Patos, Waldívia Dias, e o coordenador de operações do Inpev, Harthimes Gomes, reuniram-se esta semana, no auditório do Instituto Federal do Maranhão (Ifma), em São João dos Patos, com representantes de estabelecimentos comerciais de agrotóxicos e secretários municipais de agricultura e meio ambiente da região.
A mesma reunião foi realizada também no município de Presidente Dutra para discutir a instalação de um posto na região.
Durante o encontro em São João dos Patos, foi constituída uma comissão provisória, formada por representantes dos comerciantes de agrotóxicos, e uma comissão de apoio composta por secretários municipais de Agricultura e Meio Ambiente, Aged e Inpev, que estabelecerá as bases para a criação da associação que irá determinar os rumos da construção e o gerenciamento do posto.

Projeto Recebimento Itinerante
A coordenadora estadual de fiscalização de agrotóxicos da Aged, Filomena Matos, explicou que é preciso maior conscientização dos agricultores familiares quanto ao destino final das embalagens vazias. "Iremos realizar aqui na Ilha de São Luís, o projeto Recebimento Itinerante, que visa aumentar o recolhimento das embalagens nos municípios da ilha. Serão feitas reuniões com produtores, comerciantes e secretários municipais para definir um local que irá armazenar as embalagens deixadas pelos agricultores, que deve ser recolhida pelo posto de Anapurus", explicou.
Filomena Matos informou que no ano passado foi realizado esse trabalho nos municípios de Lajeado Novo, São João do Paraíso e Porto Franco, onde foram arrecadados 500 quilos de embalagens vazias de agrotóxicos e destinados à Central de Recebimento de Imperatriz.
De acordo com a coordenadora da Aged, o objetivo do projeto Recebimento Itinerante é criar um calendário para que o agricultor crie o hábito de guardar a embalagem e dar um destino correto a ela, que no caso é o encaminhamento aos postos ou centrais de recebimento, que são responsáveis pelo recolhimento das embalagens, deixadas pelos agricultores num só local escolhido por eles.

Aumento das embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil e Maranhão
Num mundo em que o grande desafio é atender uma demanda crescente de produção de alimentos, para uma população mundial que ultrapassou os 7 bilhões de habitantes, a busca da sustentabilidade é cada vez mais perseguida pelo setor público e iniciativa privada.
Os números mostram que o setor agropecuário está buscando cada vez mais contribuir com este processo, quando se trata do correto destino final das embalagens. Em 2002 foram destinadas 3.768 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos e em 2012 esse número saltou para 37.379.
Aproximadamente 95% das embalagens vazias de defensivos agrícolas colocadas no mercado têm a possibilidade de serem recicladas, caso sejam lavadas corretamente.
O Maranhão também está cumprindo com o seu papel e a cada ano cresce o número de embalagens vazias destinadas aos postos e centrais de recebimento.

Quantidade de embalagens vazias de agrotóxicos no Maranhão