Juíza Rosângela Macieira dentro da Delegacia Regional de Rosário, conversando com os presos

Rosário - A juíza titular da comarca de Rosário, Rosângela Prazeres Macieira, conseguiu contornar na tarde dessa quarta-feira (8) um princípio de rebelião na Delegacia Regional de Rosário. Em nota, a magistrada informou que os presos queimaram colchões, roupas, serraram grades das celas, destruíram paredes, espancaram dois detentos e ainda tentaram estrangular um deles, ação contida pelos agentes de Polícia Civil.
O fato aconteceu na tarde dessa quarta-feira, quando se iniciou uma rebelião dos presos que se encontram custodiados aguardando julgamento de seus processos pelos juízes das diversas comarcas da região do Munim, bem como presos que ainda não puderam ser transferidos para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas por causa da superlotação.
A situação foi contornada somente após a chegada à Delegacia da juíza. Ela ouviu as reclamações dos presos atentamente e se comprometeu em reunir-se com a delegada regional para buscar meios para corrigir os problemas relatados. Além disso, Rosângela Prazeres ressaltou aos presos que “o fato de se encontrarem privados da liberdade, uns provisoriamente, enquanto outros com situação definida devido ao trânsito em julgado das sentenças condenatórias, não quer dizer que devam se brutalizar e ferir uns aos outros na tentativa de verem minorados os problemas vivenciados dia a dia nesta Delegacia”.
“Todos estão no mesmo barco, conduzam seus pensamentos para o bem, guardem dentro dos senhores a esperança de resgatar a liberdade e voltar a viver num ambiente familiar de paz e fraternidade”, acrescentou Rosângela.
Ainda de acordo com a nota da juíza, as principais queixas dos presos e que, segundo eles, teriam sido as causas que deram origem à rebelião dizem respeito ao tratamento que estaria sendo dispensado a todos por parte dos agentes de Polícia Civil com aval da autoridade policial, a má qualidade da comida, a suspensão das visitas de seus familiares, a retirada de televisão das celas, o calor excessivo, a proibição de entrada de material para confecção de artesanatos, entre outras.
Atualmente estão custodiados 42 presos na Delegacia Regional de Rosário, distribuídos em 04 celas. Algumas celas da unidade estão sem condições de serem utilizadas por causa da falta de segurança, devido a outras tentativas de fugas ensaiadas este ano que resultaram na deterioração das grades de isolamento.
Rosângela Macieira concluiu a nota afirmando que o fato será comunicado por ofício à Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Maranhão, à Defensoria Pública, à Secretaria de Segurança Pública e à Secretaria de Direitos Humanos do Estado, no sentido de que sejam adotadas providências que entenderem pertinentes. (Michael Mesquita - CGJ)