Simples assim, flagelo deste povo contra si mesmo. A história é repleta destes relatos, destas barbáries. Como entender? O que leva uma pessoa a fazer algo que, é sabido, vai prejudicar alguém? Famosos líderes mundiais derrubaram uma situação tirânica. Hoje, repetem os erros de seus antecessores, Fidel Castro, Vladimir Putin, e outros líderes mundo afora. O poder revela o verdadeiro caráter de um ser humano. Há um ditado que diz: “quer conhecer Miguelito, dê-lhe um carguito”. Ou seja, quer conhecer uma pessoa, dê um cargo a esta.
E o povo brasileiro, em sua inocência de ter que ver para crer, está literalmente vivendo este ditado. Na década de 60, a atual presidenta lutava contra os abusos do governo, e hoje pactua-se com este. Soa como “o dia que eu chegar lá vão sentir o que senti”. Mas isto é apenas a ponta do iceberg. Como sempre, o problema é mais embaixo.
Jeitinho brasileiro, eis o nome do atraso cultural no Brasil. Essa corrupção toda descende desse mal. Ele começa pequenino, bonitinho, como uma criança mimada que faz uma peraltice e não é corretamente repreendida. Futuramente, desviarão verbas, fazendo lobby, cobrando ou pagando propinas. Matando alguém que precisou de um medicamento, hospital, exame ou um médico especialista, dentre tantos males que este povo sofre. Enquanto cada um de nós nutrir esse mal achando-o bonitinho, não haverá um país justo. Só alcançaremos essa justiça cortando suas peraltices quando criança, até porque pau que nasce torto nunca se endireita.
O jeitinho brasileiro sempre tem uma saída estratégica, pois gabamo-nos de levar vantagem em tudo, mas na verdade estamos dando um tiro no pé. Prestando atenção, é uma falsa vitória. Quando subornamos alguém, estamos apenas nutrindo o jeitinho brasileiro. É fácil entender. Uma pessoa passa o sinal vermelho, é multado, vê o agente de trânsito e dá um “cafezinho”. Livrou-se de pagar 100, deu 20, “tá” no lucro. Como capitalista é o “negócio da China”. A corrupção funciona como um pêndulo, vai e volta. Deu 20 e perdeu 80, a conta é só esta. Ao dar os 20, vai incentivar que mais pessoas façam o mesmo. Consequentemente, vai continuar infringindo os sinais de trânsito, logo vai pagar o preço. Esses 80 farão falta na educação, saúde, creches, programas sociais, enfim na qualidade de vida deste país. Isso ocorrerá na volta do pêndulo, acontece um acidente. Aqui percebemos a falta dos 80. Não havendo arrecadação, não há hospitais, médicos, medicamentos, tudo virou cafezinho. Culpar o agente de trânsito por seus erros? Não há como, você pagou para errar, ele apenas cumpriu suas ordens.
E assim caminha essa nação, há séculos alimentando o jeitinho brasileiro, o lindo bebezinho peralta. Que como todo cãozinho cresce e se não for bem alimentado, bem educado, pode virar um agente ativo ou passivo na corrupção. É sabido, pau que nasce torto nunca se endireita, morre torto. E a insaciável propina glutona leva tudo, hospitais, estradas, merenda escolar, vidas... e inúmeras dessas vemos ceifadas todos os dias. Crianças que morrem por falta de UTI neonatal. Pacientes renais agonizam por falta de equipamentos já obsoletos em países desenvolvidos. Vidas se esfarelam nos asfaltos de farinha.
E não há como culpar A, B ou C, o país é seu povo, gaúchos, soteropolitanos, flamenguistas, garis, todos. Somos personagens importantes deste país chamado Brasil. Já nosso zelo com este reflete o espectro de um subpaís. Pouco lembra o impávido colosso imaginado por Duque Estrada.
Segundo a sabedoria popular, a voz do povo é a voz de DEUS. As mudanças para surtirem efeitos devem vir de baixo, como a revolução francesa, até porque em time que
está ganhando não se mexe, o poder não vai dividir o queijo. Então, para que seu neto não sofra, eduque seu filho. Lembre-se, o bebezinho peralta deve ser educado como cidadão, para não deixar crescer uma fera insaciável.
Vamos educar nossos filhos, vamos mostrar que fazer o bem só faz bem. E temos exemplos maravilhosos mundo afora, Martin Luther King Jr., Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, dentre outros que pregavam coisas simples, o amor, a igualdade racial, a não violência entre os povos. O respeito com as pessoas. Fazer o bem sem esperar nada em troca. Claro sem nunca deixar de citar os nossos, Padre Cicero, Zilda Arns, Tiradentes, dentre tantos. Os idolatramos. Então, por que não darmos continuidade a seus feitos, seus exemplos, suas atitudes? Não devemos apenas fazer promessas, também devemos cumpri-las. Nas festas DEUS deve amar-nos ainda mais. Nossas orações e desejos refletem o ser humano mais puro, somos só amor, felicidades, desejamos o bem. Mas, como produtos industrializados, nossas atitudes têm data de validade. Passam-se as festas, vão-se as nossas promessas. Devemos eternizá-las e materializá-las como fazem as abelhas, de flor em flor polinizando a vida. O fruto disso, a utopia transformada em realidade, como o mel, imperecível.
Pratique o bem, faça o bem, ensine e mostre a seu filho que atitudes conscientes salvam vidas. Deixe-o perceber que atitudes erradas têm reflexos e um dia poderão atingi-lo.
... o futuro de nossos netos está intimamente ligado à educação de nossos filhos, refletindo assim uma sociedade mais humana, justa e consciente, onde amaremos ao próximo como a nós mesmos...

Paulo Cesar Santos