Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revelam que a inadimplência do consumidor registrou alta de 9,46% em novembro de 2011, em comparação com o mesmo período de 2010. Esta é a décima elevação seguida nessa mesma base de comparação.
No acumulado deste ano, o crescimento da inadimplência é de 5,69%. O período de instabilidade econômica devido à crise externa, a consequente redução do nível de confiança de consumidores e empresários e o encerramento do crédito contribuem para o endividamento e a elevação no número de registros.
O décimo mês de elevação ininterrupta da inadimplência consolida um quadro de endividamento maior em 2011, diferentemente de 2010 e 2009, quando houve queda da inadimplência medida pelo SPC Brasil. Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o maior vilão da inadimplência é a inflação. “A inflação alta retira o poder de sobra do caixa”, diz.
Em comparação a outubro deste ano, no entanto, a inadimplência do consumidor em novembro registrou queda de 12,11%. A redução reflete maior preocupação dos consumidores de não se endividarem em função das comemorações de final de ano. A injeção de novos recursos na economia, como o 13º salário, também favorece que consumidores limpem seus nomes e honrem seus compromissos diminuindo, assim, o número de registros.
Vendas
Em relação às consultas no SPC Brasil, que traduzem em certa medida o nível de atividade no varejo, novembro apresentou alta de 4,32% ante o mesmo mês de 2010. A oitava elevação seguida na mesma base de comparação sustenta o otimismo do varejo para as vendas de Natal e Ano Novo.
Na comparação entre novembro e outubro deste ano, a queda de 5,24% nas consultas realizadas para vendas a prazo e pagamentos em cheque reflete a pressão negativa gerada pelo mês de comemoração do Dia das Crianças, base de comparação relativamente forte. A redução também é creditada à deterioração do cenário econômico devido à crise econômica internacional, fato que leva muitos consumidores a serem mais cautelosos com seus orçamentos, procurando gastar menos e poupar mais para garantir o consumo do Natal.
Considera-se venda a prazo as compras feitas com cheque pré-datado ou no crediário.
Recuperação
Os números de cancelamento de registros, que dão medida ao nível de recuperação de crédito no varejo, foram positivos em novembro, apresentando alta de 6,51% ante o mesmo mês de 2010. “A recuperação de crédito foi boa, mas a alta da inadimplência foi bem mais significativa”, disse Roque Pellizzaro Junior.
O crescimento em relação ao mês anterior foi ainda maior, de 11,55%, favorecido pela injeção de novos recursos na economia, como restituição do Imposto de Renda (R$ 1,39 bilhão, em novembro), metade do 13º salário e dissídios salariais. Neste cenário, mais consumidores regularizam seus débitos com o objetivo de voltar a consumir, com destaque para o Natal.
No acumulado do ano, os cancelamentos de registro tiveram alta de 5,58% até novembro, ante 5,47% registrados em outubro.
Natal
Com a redução do IPI para produtos de linha branca, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, a CNDL aumenta a expectativa de vendas para o Natal. “Em novembro, divulgamos uma expectativa entre 6 e 7%. Com essa medida adotada pelo governo, esperamos que as vendas no Natal aumentem para 8,5% na comparação com o ano passado”, finalizou o presidente da CNDL.
Na semana passada, a CNDL enviou pedido ao Ministério da Fazenda, solicitando que fosse zerado o IPI para móveis antes do Natal deste ano. (Raimundo Primeiro - Com informações da CNDL)
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