O Zoneamento Ecológico e Econômico do Maranhão (ZEE-MA) foi tema de reuniões estratégicas durante a semana, para consolidação das etapas finais referentes ao diagnóstico do Bioma Amazônia – que, até o momento, conta com 75% dos trabalhos concluídos.
Com a proposta de ser um instrumento indispensável para atrair novos investimentos no Estado, o ZEE-MA, coordenado por técnicos do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), tem avançado, também, na proposta de aprimorar a construção de políticas públicas.
O presidente do Imesc, Dionatan Carvalho, juntamente com técnicos e pesquisadores do instituto, se reuniram com o vice-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Walter Canales Sant’Ana; o pró-reitor de extensão e assuntos estudantis e coordenador técnico do ZEE-MA pela Uema, Paulo Catunda; e, ainda, o professor mestre Valter José Marques, pesquisador sênior do Serviço Geológico Brasileiro, co-autor da Metodologia de Cenarização Aplicada ao ZEE em âmbito nacional e adotada por países latino-americanos, representando o serviço geológico brasileiro.
Na ocasião, a Uema – parceira do Imesc na construção do ZEE-MA – conheceu a metodologia de cenarização, adotada no Brasil desde meados da década passada e que foi aperfeiçoada no Maranhão. “Nos aperfeiçoamos em alguns elementos, assim como fizemos a projeção em termos de uso e cobertura do solo, que é diferenciada, mostrando os nossos principais pontos de necessidade de reconstrução dos cenários de desmatamento e de recuperação de áreas degradadas”, pontuou Dionatan Carvalho.
O presidente do Imesc ressaltou que o aprimoramento metodológico associado a novas contextualizações pode ser tratado no contexto de um zoneamento territorial, a partir da ausência de chuvas e de águas superficiais, levando em consideração, ainda, uma modelagem relacionada aos efeitos e as mudanças climáticas globais.
Os debates sobre o ZEE-MA prosseguiram no Laboratório de Meteorologia (LABMET), do Núcleo Geoambiental da Uema. Para o geógrafo e professor da universidade, Luiz Jorge Dias, assessor especial do Imesc, a reunião foi importante para se apresentar os cenários prospectivos, elaborados por modelagem climática, para as próximas quatro décadas, no contexto de todo o bioma amazônico maranhense.
“Esses cenários apontam, além de tudo, os tipos de ritmos climáticos que temos no Maranhão para anos secos, anos normais e anos chuvosos, e isso vai afetar diretamente na nossa ação, tanto do governo quanto dos empreendedores, para que saibamos como agir nos momentos em que nós tenhamos excesso de água e falta de água para as culturas agrícolas e para a pecuária”, pontuou o geógrafo.
Para o Valter José Marques, esse é um ganho substancial. “O Maranhão é um dos poucos estados brasileiros que desenvolve este tipo de ferramenta no contexto dos seus ZEE’s. Ficou evidenciado que esse calendário pode ser aplicado a quatro grandes culturas do contexto do bioma amazônico: arroz, feijão, soja e milho, nossas principais bases produtivas do agronegócio. Tudo aquilo que foi feito nessa prospecção nos orienta para toda e qualquer tipo de ação em relação ao déficit hídrico ou excesso de água que pode ser apresentado no contexto do território do bioma amazônico do Maranhão”, analisou o pesquisador.
Outro debate importante para o diálogo do ZEE-MA com a sociedade civil ocorreu, na manhã da quarta-feira (26), em reunião do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema).
Na ocasião, foram tratados três temas. Além do status das atividades do ZEE-MA e destaque para os lançamentos do sumário executivo do ZEE-MA e da base de dados, foi debatido, ainda, sobre o cronograma de execuções até o fim do ano, onde será concluído o zoneamento ecológico econômico do bioma amazônico. “Houve uma aceitação positiva por partes dos representantes de diversos segmentos empresariais”, acentuou Luiz Jorge.
Plataforma Interativa
A plataforma de dados do ZEE-MA, desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Computação e Sistemas (PECS) da Uema, trará um formato interativo e objetiva apresentar dados socioeconômicos e base cartográfica produzida e disponibilizada pelo Imesc, todos no formato de mapas e planilhas – que serão disponibilizadas para download. A plataforma está prevista para ser lançada, oficialmente, em julho deste ano.
Agenda e diálogo com a sociedade
Além do lançamento da plataforma interativa, a agenda de atividades do ZEE contará com a apresentação do Sumário Executivo da fase de Diagnóstico, durante a realização da Expoimp, em Imperatriz, no dia 9 de julho.
O Governo do Maranhão, também, promoverá, a partir do segundo semestre, audiências públicas para apresentar os estudos do ZEE na etapa Bioma Amazônico e ouvir a população sobre as realidades locais.
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