Não aconteceu no Brasil, mas nos Estados Unidos da América. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, CDC, em 2017, a expectativa de vida ao nascer foi de 78,6 anos, enquanto que no ano anterior fora 78,7. E no vizinho Canadá são três anos e meio a mais. No caso das mulheres, a expectativa de 81,1 anos se manteve estável de 2016 para 2017, mas a dos homens caiu de 76,2 para 76,1.

Por décadas, a expectativa de vida nos EUA cresceu e, agora, a tendência é de queda, caiu em 2015, ficou estável em 2016 e caiu novamente no ano passado. É o período mais longo de expectativa de vida em declínio desde o fim dos anos 1910, quando a Primeira Guerra Mundial e a pior pandemia de gripe da história moderna mataram cerca de um milhão de americanos. Em 1918, a expectativa de vida era de 39 anos.

O aumento nas taxas de suicídios e de overdoses por drogas nos Estados Unidos fez baixar a expectativa de vida dos americanos em 2017. Segundo o CDC, foram registradas 2,8 milhões de mortes no ano passado, quase 70 mil a mais do que no ano anterior, o maior número de mortes anual desde o início da contagem há mais de um século.

Das dez principais causas de morte no país, apenas a taxa de óbitos por câncer caiu em 2017. Houve aumento em suicídios, AVC (cérebro), diabetes, doença de Alzheimer, gripe, pneumonia, doenças respiratórias crônicas e lesões não intencionais.

O número de suicídios no ano passado foi de mais de 47 mil, ou 14 para cada 100 mil habitantes, o maior dos últimos 50 anos. Em 2016, foram menos de 45 mil. Mais de um terço das mortes na categoria “lesões não intencionais” foram por overdose acidental pelo uso de drogas. As mortes por overdose ultrapassaram 70 mil, 10% mais do que no ano anterior, porém menor do que os 21% de 2015 para 2016.

Já no Brasil, a situação está melhor, em 2017 a expectativa de vida média foi de 76 anos. É um aumento de três meses e 11 dias a mais do que para uma pessoa nascida em 2016. A expectativa de vida dos homens aumentou de 72,2 anos em 2016 para 72,5 anos em 2017, enquanto a das mulheres foi de 79,4 para 79,6 anos.

A probabilidade de um menino recém-nascido não completar o primeiro ano de vida é de 13,8 a cada mil nascimentos em 2017. Já para as recém-nascidas, 11,8. E a mortalidade na infância (de crianças menores de cinco anos de idade) caiu de 15,5 por mil em 2016 para 14,9 por mil em 2017, sendo que 85,7% morreram no primeiro ano de vida e 14,3% entre 1 e 4 anos de idade. Em 1940, a chance de morrer entre 1 e 4 anos era de 30,9%.

Nas Unidades da Federação, a maior expectativa de vida é a de Santa Catarina, 79,4 anos, e a menor no Maranhão, 70,9 anos. Para os que conseguem completar 65 anos em 2017, teriam a maior expectativa de vida, ou seja, mais 20,3 anos, no estado do Espírito Santo, 18,3 anos para os homens e mais 22 anos para as mulheres. Já em Rondônia, a pior expectativa para uma pessoa que completasse 65 anos em 2017 teria mais 16 anos. A pior expectativa para mulheres com 65 anos é de mais 17,2 em Rondônia e para homens no Piauí, com mais 14,6 anos.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.