A carta aos Colossenses, da mesma forma que Efésios, Filipenses e Filemon, é um texto nascido na prisão. Ao que parece, ela foi escrita nos anos 56-57, tempo em que Paulo esteve preso na cidade de Éfeso. Outros exegetas creem que foi escrita um pouco mais tarde, em Cesaréia, entre os anos 58 e 60, onde Paulo esteve preso (vide At 24-26), outros ainda sugerem que a carta fora escrita em Roma nos anos 61-63, quando Paulo esteve novamente preso.

O modo como a Igreja é apresentada revela formas institucionais que se tornaram comuns alguns anos depois, quando apareceram as assim chamadas cartas pastorais, de Timóteo e de Tito.

A carta aos colossenses tem muita ligação com a carta aos Efésios, outro texto sobre o qual os exegetas discutem se é ou não da autoria de Paulo. Há vários temas que se entrecruzam e se complementam, aumentando ainda mais as dificuldades dos que se debatem em torno dessas questões.

Se há indícios de  que a carta aos Colossenses não seja de Paulo, há outros mais fortes que sustentam a hipótese que seja dele. Tudo leva a crer que Paulo ditou na cadeia essa carta e a assinou (4,18) após ter tomado conhecimento, por meio de Epafras, das dificuldades pelas quais os colossenses estavam passando.

Trata-se, portanto, de um texto ocasional, como todas as cartas de Paulo, tendo como objetivo iluminar as questões próprias dessa comunidade nesse momento. Paulo não fundou essa comunidade, tudo indica que seu fundador tenha sido Epafras, a quem Paulo chama de “querido companheiro de serviço” (1,7) e “servo de Jesus Cristo” (4,12).

A cidade de Colossos hoje é apenas um sítio arqueológico. Em seu lugar foi erguida pelos turcos a cidade de Honaz, próximo às escavações arqueológicas. Colossos era uma cidade da Frígia, região da Ásia Menor (Atual Turquia). Encontrava-se na parte superior do vale do rio Lico, a uns 120 quilômetros de Éfeso. Pouco se sabe de sua história. O historiador Heródoto afirma que na antiguidade foi uma cidade importante. Mas na época e Paulo era uma cidade pequena, menor que Laodicéia e Hierápolis. O que se sabe é que Colossos era um centro de indústria da lã preta, chamada de lã colossense.

É difícil estabelecer uma divisão clara da carta aos Colossenses, pois o próprio gênero literário “carta” não possui um esquema rígido. Qualquer tentativa de esquematizar esse texto é válida, porém, não definitiva. Isso se deve ao fato de os temas cruzarem-se entre si dentro do texto. O mais interessante é notar que o primeiro hino (1,15-20) é o centro e o motor de toda a carta. Tudo gira em volta dele, e toda a reflexão parte dele e a ele retorna.

Finalizando, a carta aos Colossenses gira em torno de um eixo principal, o hino que mostra Jesus Cristo como imagem do Deus invisível, Sabedoria de Deus, Cabeça do corpo que é a Igreja, Primogênito dentre os mortos, moradia da Plenitude de Deus, Reconciliador de todas as coisas por meio do sangue derramado na cruz (1,15-20).

Quem deseja conhecer o cristianismo tem que ler a Bíblia e muitos livros como o que embasou este artigo: “Como ler a carta aos Colossenses”, de “José Bortolini”, Presbítero e mestre em Sagradas Escrituras.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.