De ambulantes a empreendedoras. Mais de 100 mulheres que viviam da venda improvisada de alimentos pelas janelas do trem, e hoje até exportam suas produções, participam do 6º Encontro da Rede Mulheres do Maranhão - Empreendedorismo, Determinação e Bem Viver, nos dias 11 e 12, no Convento das Mercês, no Centro Histórico de São Luís. Todas foram capacitadas pela Fundação Vale, fruto de um trabalho que hoje é composto por 16 negócios sociais e quatro conjuntos produtivos de quebradeiras de coco.
A Rede Mulheres do Maranhão (RMM) é formada por empreendedoras que consolidaram a fonte de renda no trabalho coletivo. São negócios localizados em comunidades do entorno da Estrada de Ferro Carajás, que atuam em diferentes setores, que vão desde a fabricação de doces, confecção de roupas e beneficiamento de babaçu e castanha de caju, até a panificação e o cultivo de verduras e legumes.
“Trata-se de uma iniciativa que contribui positivamente com o desenvolvimento local e melhoria da qualidade de vida de várias famílias, alcançados por meio de qualificação profissional e consequente aumento do retorno financeiro, além das interações proporcionadas pelo Programa. Também estamos buscando potencializar a organização produtiva das quebradeiras de coco”, afirma Marcelo Peixoto, analista de responsabilidade social sênior da Fundação Vale.
Programação
O 6º Encontro Rede de Mulheres do Maranhão começa no dia 11, com a Roda de Saberes “Canto das quebradeiras”, a partir das 8h30, no Convento das Mercês (São Luís). A mesa de abertura está programada para às 9h, com a participação de: Ivoneide de Oliveira (administradora da RMM), Marcelo Peixoto (analista/Fundação Vale), Fernanda Negrão (Gerente do Instituto de SocioEconomia Solidária - ISES), e Solange Machado (Líder de Projeto/RMM). Em seguida, às 9h45, terá o painel “Contribuições ao desenvolvimento territorial - RMM à luz do desenvolvimento humano”. Durante a manhã do primeiro dia ainda está programada a roda de conversa “O Que é ser Empreendedora? Mulheres Superando Desafios”, às 11h.
Resultados da Rede
A Rede de Mulheres do Maranhão possui hoje quatro fábricas produtoras de derivados de babaçu: Sabor de Todo Dia (comunidade Todo Dia; Vitória do Mearim), Sabores de Arapapá (comunidade Arapapá, AAP), Terra das Palmeiras (centro de AAP) e Babaçu Boa Vista (comunidade Boa Vista, AAP) (AAP = Alto Alegre do Pindaré).
O empreendimento Babaçu Boa Vista atualmente é fornecedor de azeite para a empresa Concepta Ingredients (integrante do Grupo Sabará). A partir do azeite fornecido por Boa Vista, a Concepta fabrica o produto “manteiga orgânica de babaçu”, que é exportado para o mercado europeu e americano. O azeite de Boa Vista foi certificado esse ano como “produto orgânico do Brasil” pela certificadora Ecocert. Já foram fornecidas 2,5 toneladas do azeite para a Concepta, esse ano.
A farinha de mesocarpo de Serra e o azeite de Boa Vista tiveram sua primeira venda internacional em outubro, através da LABRA, empresa exportadora sediada em São Paulo. Os produtos já haviam passado por amostras e foram vendidos para fins de teste de aceitação no mercado americano.
Em 2019, a RMM começou a incubar o grupo Mulheres Mãos de Fibra (comunidade Serra, Tufilândia), cujo a atividade produtiva é a fabricação da farinha de mesocarpo do babaçu; além da Casa do Mel de Bacabeira. Além da farinha do mesocarpo, a Rede produz os seguintes artigos derivados do babaçu: óleo, azeite, biscoito, sabão, óleo para fins cosméticos.
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