São Paulo-SP - Representantes dos trabalhadores e dos empresários, reunidos ontem (4) em uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo, elogiaram as medidas apresentadas ontem pelo governo, mas pediram uma ação mais contundente no combate a importações desenfreadas. Durante a manifestação, eles cobraram a desvalorização do câmbio, a redução da taxa de juros e do spread bancário.
“Os principais fatores de perda de competitividade da indústria são câmbio, juros e tributo. E esse tripé pouco mudou. O Brasil é o único país do mundo que tributa quem investe e compra máquina. Enquanto não mudar isso nós vamos ficar igual a cachorro correndo atrás do rabo”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto.
“O mundo está em guerra comercial e em guerra você tem de ter medidas emergenciais. A gente tem de colocar barreiras em nossas fronteiras”, destacou o presidente da Abimaq.
O governo anunciou ontem novas medidas para aquecer a economia e ajudar a indústria a enfrentar a crise econômica internacional, como parte do Plano Brasil Maior. O governo reforçou ações sobre o câmbio, medidas tributárias, com a desoneração da folha de pagamento, e estímulos à produção nacional. Foram destacadas ainda iniciativas para reduzir o custo do comércio exterior e de defesa comercial. Outra medida é o incentivo ao setor de informação e comunicações.
Foram divulgadas ainda melhores condições de crédito, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), e condições mais favoráveis para a indústria automobilística nacional.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, destacou ontem que as medidas apresentadas pelo governo atendem parcialmente às reivindicações dos setores produtivos, mas ainda estão aquém do que trabalhadores e empresários esperavam.
“O governo começa a mexer no que a gente vem falando. Começa a atender algumas reivindicações. Mas o governo tem de agir no grande problema que são os juros e o câmbio. Além disso, tem o alto preço de energia e do spread bancário. Não tem como a gente competir com produto internacional sem mexer nessas questões”, ressaltou. (Agência Brasil)
Publicado em Geral na Edição Nº 14371
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